Pesquisar este blog

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A Pedagogia do sabiá laranjeira



















Joaquim Luiz Nogueira

Porque um casal de sabiá laranjeira, em um espaço urbano, escolheu entre tantas casas, prédios, igrejas, árvores, bosques e outros, uma escola pública para gerar sua futura família?

Essa questão é pedagógica, pois se observarmos do ponto de vista do pássaro, o prédio escolar é ocupado em três períodos: manhã, tarde e noite e no mês de outubro, também aos sábados. Nesse sentido, o fator decisivo seria a produção de resultados a curto prazo, já que poderia aproveitar o turno da noite iluminado para cumprir sua meta na construção do ninho.

Por outro lado, pensou o casal de pássaros, "quando nos afastarmos do ninho para nos alimentarmos, a escola oferece toda segurança que precisamos". "Nesse espaço há um ser humano que todos chamam de diretor, que tudo indica deve ganhar bem, já que se fala muito sobre ele na escola," argumentou a sabiá fêmea.

Logo em seguida, o sabiá macho acrescentou de forma rápida: "Meu amor! Não se esqueça daqueles seres humanos que conseguem cuidar de 40 crianças por várias horas em espaços fechados com paredes e portas. Ufa! Também devem ganhar bem."

"É isso, estamos investindo no lugar certo," afirmou a mãe pássaro. "Aqui, todos parecem estar com a cabeça cheia de afazeres, é claro, as crianças concentradas nos estudos e os professores só passam por esse corredor de forma apressada, pois, diferente de nós, cuidam de crianças em vários lugares."

Assim, o ninho foi construído e os ovos foram chocados por dias, até que dois filhotes nasceram. O crescimento foi rápido com uma alimentação em três turnos e com satisfação a sabiá fêmea disse ao seu parceiro:
_ Veja como nossos filhos são espertos e não têm medo de nada?
Seu companheiro acrescentou com orgulho:
_ Eles são frutos da escola pública.

domingo, 4 de outubro de 2009

Breve síntese do objetivo da educação na Cultura Ocidental e no Brasil

Joaquim Luiz Nogueira

A educação nascida na Grécia Antiga tinha como função desenvolver o corpo humano em sua forma física, moral e intelectual. Na Grécia, os escravos eram responsáveis pelo trabalho e os cidadãos encarregados da política e nesse sentido, a escola (scholé) significava lazer e desprezo pelo trabalho manual.

Na Roma Antiga, a educação enfatizava o ensino familiar das letras voltadas para as leis do direito romano. Mais tarde, foi acrescentado o ensino elementar ludus, uma retórica do tipo grego.

O ensino cristão se desenvolveu com o objetivo de levar o povo a ler, escrever e cantar os salmos. Nos mosteiros medievais, acrescentaram o contar junto às escolas monásticas (500 -1100) e, introduziram também, as artes liberais, eram instruções destinadas aos nobres divididas em: Gramática, Retórica, Lógica, Geometria, Aritmética, Música e Astronomia.

Nos séculos XVI e XVII, algumas ordens religiosas e os humanistas do final da Idade Média, defenderam a educação para as crianças pobres. No século XIX, a educação universal para ricos e pobres, começa a ser defendida nos Estados Unidos.

No final do século XIX, surgiu a escola média, situada entre os valores da educação elementar ludus e a educação dos nobres medievais. Era uma exigência do processo industrial que avançava na Europa e nos Estados Unidos e cobrava também uma formação humana com cultivo das potencialidades morais, físicas e profissionais.

No Brasil a partir de 1549, os jesuítas em suas catequeses desenvolveram uma educação religiosa de letras e leituras dirigidas. Depois, o Marquês
de Pombal, ao desenvolver uma educação lusitana voltada para o ensino de letras e em defesa da sociedade civil e da política, também lança reflexo na educação brasileira.

D.João VI (1808) ao chegar ao Brasil, direcionou a educação para as técnicas militares, inferiorizando a chamada educação elementar (ludus). D. Pedro I, discursou em nome da educação popular e prometeu instrução primaria a todos. Porém, em 1837, o colégio D.Pedro II, nasceu como um modelo de escola média derivada das idéias européias.