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sábado, 27 de agosto de 2011

Filosofia do filme Mundo Surreal


Joaquim Luiz Nogueira

 Algumas frases de impacto:

“Para sobreviver, o primeiro passo é lutar”
“Quem não luta por qualquer coisa, cai por qualquer coisa”
“As palavras pouco valem se não são acompanhadas de ações”
“ A vida tem um sabor que os abrigados jamais conhecerão”

Outras interrogações:

O mistério da história de quem será este? De quem puxa a cortina? Quem escolhe nossos passos na dança? Quem nos faz enlouquecer? E quem nos pune e nos dá vitória quando sobrevivemos ao impossível? Quem é que faz todas essas coisa? Quem honra aqueles que amamos com a vida que levamos? Quem manda monstros para nos matar e, ao mesmo tempo, diz que não vamos morrer? Quem nos ensina o que é autêntico e a rir de mentiras? Quem decide porque vivemos e o que morremos defendendo? Quem nos acorrenta? E quem guarda a chave que pode nos libertar?

 Conclui o filme:
É você.
Você tem todas as armas de que precisa.
Agora lute!

O filme tenta trabalhar algo como a fuga da realidade, isto é, mecanismo usado por todos os seres humanos diante da luta pela sobrevivência. Dessa maneira, as heroínas passam a usar a imaginação para fugirem da realidade e num mundo idealizado, elas tornam-se poderosas, vencendo várias batalhas, enquanto seus corpos suportam uma realidade sem saída.

O interessante está no desenvolvimento do filme, quando as heroínas começam a perder as batalhas na imaginação, também  fracassa as missões no mundo surreal, isso significa derrotas no mundo real. Aquilo que a imaginação não encontra solução resulta em desastres no mundo real.

O filme termina com uma sobrevivente e muitas questões sem respostas, mas valoriza muito o trabalho em equipe e a honra, junto as pessoas que amamos. E deixa evidente durante o filme, principalmente, na última cena, a confiança de que em momentos de grande sufoco, temos anjos da guarda, estes  surgem para nos defender e apontar caminhos, ou seja, a voz da imaginação materializou-se no motorista do ônibus e termina o filme.

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domingo, 14 de agosto de 2011

A lacuna na Lei do Menor e Adolescente no Brasil

· Joaquim Luiz Nogueira

O caso das meninas que praticam furtos na Vila Mariana em São Paulo e que ocupou a atenção da mídia nos últimos dias, mostra uma parte daquilo que os professores enfrentam diariamente dentro da escola. Crianças sem limites e pais ausentes, que a cada ano, graças às lacunas da Lei do Menor e do Adolescente se multiplicam nas salas de aulas em escolas públicas.
Gestos como esse da fotografia acima, acompanhado de palavrões, agressões e xingamentos diversos, tornaram-se um dos principais motivos para que os docentes não tenham nenhuma satisfação ao retornarem para as escolas após férias ou recessos, pois sabem, que na sala de aula estarão sujeitos a todo tipo de violência por parte de alunos como essa menina.
Na escola, os professores encaminham para a Direção, que liga para os pais ausentes e esses, não tem mais telefone, então, aciona a polícia militar, que ao encaminhar para delegacia mais próxima, é claro, juntamente com o Diretor da escola, ambos, policiais e gestor da escola perdem a manhã ou a tarde na espera de um membro do conselho tutelar.
Conclusão, o professor retirou da classe o menor agressivo e violento, o Diretor por sua vez, chamou a polícia que também tentou fazer seu trabalho, mas, o membro do Conselho Tutelar chegou para cumprir sua função no episódio, isto é, garantir os direitos da criança. E no outro dia, tudo recomeça novamente, pais ausentes não acompanham seus filhos, professores colocam os indisciplinados para fora da classe, o Diretor sem sucesso não consegue impor limites ao menor e novamente liga para polícia (…) É a operação enxuga gelo…
Enquanto, as lacunas que se iniciam nas famílias desestruturadas, prosseguem nas ausência de valores e nas falhas da Lei do Menor. Isto é, não forem observadas e preenchidas, a escola e a polícia continuarão apenas enxugando gelo, diante de uma geleira, que ao contrário da natureza, aumenta a cada ano sua expansão.

sábado, 13 de agosto de 2011

Uma leitura semiótica da obra de Kobra em Atenas

A evolução humana em milhares de anos nos ensinou que a luta pela sobrevivência jogou a espécie de hominídeos uns contra os outros a partir das primeiras invenções chamadas de ferramentas e sendo vitoriosas, as tribos munidas de armas como o machado de pedra, a lança de ossos e o fogo entre outras.

Nessa obra, o artista Eduardo Kobra, escolhe Atenas para criar o mural denominado “Evolução Desumana”. Trata-se de uma sobreposição de imagens, cujo início começa sugestionando que o homem evoluiu de certo tipo de macaco, que ao longo do tempo se levanta graças ao poder de algumas ferramentas que os dois últimos seguram em suas mãos.

E ao sobrepor com a imagem seguinte, um soldado moderno, numa posição semelhante aquele que leva o fogo, também leva uma arma que lhe obriga segurá-la com as duas mãos. E numa sequência, a cena se quebra pelo clarão das chamas e vários homens tentam fugir das labaredas carregando suas ferramentas poderosas.

E a imagem termina com esses soldados fugindo, mas na trilha de fuga, aparece novamente um símio e seu filhote, que posicionados numa superfície de rocha, ignoram todo o perigo. Os homens armados correm da morte, enquanto os animais parecem não perceber ou simplesmente, viram suas costas, cruzam os braços e olham para a terra, esperando que algo aconteça.

O fogo que significou um dos maiores avanços tecnológicos do homem primitivo, que lhe permitia andar de cabeça erguida, enquanto lhe sobrava uma mão para fazer outras atividades, foi substituída na fase seguinte por uma arma que lhe ocupava suas duas mãos e lhe obrigava a olhar apenas para ela. Essa ferramenta cegou o homem pelo seu poder destrutivo, cujo resultado final segundo a sequência de imagem, será o fim de todos.

Talvez, os símios colocados no final da imagem estejam nos comunicando que não evoluímos muito como seres humanos, mas, as ferramentas, essas sim, passaram a ditar os rumos de uma luta desumana, que mesmo sob ameaças de destruição total, não abrimos mãos de seu poder.

sábado, 6 de agosto de 2011

A sabedoria da mamona

Em um cacho de mamona encontramos na parte central os melhores frutos, e esses, se posicionam estrategicamente, de modo que, outras, ainda na infância, se prolongam para o alto na tentativa de proteger do sol forte, aquelas que representam a qualidade da espécie.

Na parte inferior do cacho, a nova geração ainda em flor atrai a atenção dos insetos e pragas, desviando a atenção para que as sementes do meio tenham condições de viver com qualidade.

Com o passar do tempo, essas sementes que foram protegidas e respeitadas, são também as primeiras que estouram no cacho, mostram o valor de um trabalho com foco, pois sabem que a colheita só virá após a iniciativa de algumas pioneiras, que se lançam bravamente rumo ao incerto, e essas, garantem a existência das futuras gerações.

Concluindo, as decisões no cacho de mamona são tomadas por aquelas sementes adultas e as mais velhas, as mais novas tem como missão proteger e contribuir para o sucesso daquelas que significam a razão de suas existências. E para que isso aconteça, algumas sementes, logo na infância, parecem que nascem sem futuro no cacho.