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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O sacrifício do mestre

Joaquim Luiz Nogueira

De acordo com Edgar Morin* “o sacrifício é o mais arcaico, o mais disseminado, o mais enraizado, o mais revelador dos comportamentos(...)”. Sendo assim, podemos observar que alguns mestres que conhecemos ainda praticam a versão dessa renúncia voluntária conhecida como “o sacrifício do inocente”. Vejamos:

O bom mestre é exemplo e para isso às vezes trabalha bem mais horas do que reza seu contrato. É comum abrir mão de suas folgas, férias ou parte delas para fazer curso de férias, corrigir provas e trabalhos, pesquisar e preparar aulas. Assim como, compram livros, assinam jornais, TV a cabo, internet e outros meios para melhor ensinar, mas todos esses gastos são retirados de seu honrado vencimento.

Desse modo, o sacrifício do mestre buscará inspirar seus alunos com sua dedicação, esforço e sofrimento, já que segundo Morin, “o sacrifício também oferece respostas às nossas angústias e incertezas, pois o sacrifício de si deve salvar os outros”.

Quantos mestres assim você conhece?

* Edgar Morin . O método 5: a humanidade da humanidade. Editora Sulina.

domingo, 24 de janeiro de 2010

A estrada do tempo

Joaquim Luiz Nogueira

Em minhas férias de uma semana, aproveitei para andar em uma estrada de minha infância e então recordei a frase de Heráclito (historiador grego) que dizia: “ não se entra duas vezes no mesmo rio”. Assim, pisar nessa estrada nos dias de hoje, significa o caminho que me leva ao passado.
Nesse momento me veio a frase de Nietzsche (pensador alemão) que afirmava: “ o passado histórico é uma enfermidade de que padecemos”. Mas a cada passo dado, a vida respondia com grandes revoadas de pássaros que lotavam as árvores nas margens e que logo depois retornavam para continuarem suas buscas de alimentos nas areias. Nesse sentido, pareciam que me comunicavam que passado, presente e futuro são partes de uma mesma realidade.

Desse modo, posso pressupor que em minha mente todas essas fases estão em unidades e que de acordo com Leibniz, as vezes “recuamos para saltar ainda mais alto” em nossa caminhada. Embora tenhamos que andar em diferentes estradas, nossas pegadas escrevem na memória as impressões que simbolizam em imagens, sons e sabores, a construção de nosso aqui e agora.