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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Educar na diversidade é como buscar uma luz na escuridão

Joaquim Luiz Nogueira

Ernst Cassirer nos fala em seu livro Ensaio Sobre o Homem que “(...) a arte nos dá a ordem na apreensão das aparências visíveis, tangíveis e audíveis” (pg.274). Nesse sentido, quando nos deparamos no início do ano com uma sala lotada de alunos, a aparência imediata procura encontrar nas perspectivas do professor(a) algo que correspondam ao seu ideal de discente, mais logo descobre que está frente a uma enorme diversidade:

- Tem alunos retidos do ano anterior desmotivado;

- Alunos com idade muito superior a série/ano em que se encontra;

- Aluno que acabou de chegar da Fundação Casa;

- Aluno que após vários anos na escola ainda não domina a escrita e a leitura;

- Aluno de inclusão que necessita de convivência e socialização;

- Adolescente com cabelo de jogador de futebol famoso mostrando seu estilo;

- Aluna com mini-shorts que aproveita para desfilar na sala de aula;

- Alunos na idade certa e com esperança de um dia fazer curso superior;

Numa segunda aula, o professor(a) ainda em estado de choque começa a planejar maneiras de trabalhar e depois faz cara de sério, fecha os lábios e fica olhando a sala até todos notar sua presença e passa suas primeiras comandas:
- Vou passar lição na lousa e todos devem copiar;

- Se conversarem muito alto, não tenho como escrever na lousa;

- Se continuarem a ofender um ao outro vou mandar-se retirar da sala;

- Se jogarem papelzinho um no outro, terá que pegar e jogar no lixo;

- Se ficarem arrastando a carteira o ruído irá atrapalhar a classe que estuda abaixo;

- Não saiam da sala sem a permissão do professor(a) para não atrapalhar;

E finalmente vamos refletir com a seguinte afirmação de Cassirrer “Para o artista, todas essas relações empíricas, todas essas comparações com outros fatos e toda essa pesquisa das relações causais não existem” . Assim, prosseguimos em outras aulas, afinal, somos artistas.

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