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quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Que tipo de emprego os jovens da geração Estatuto do Menor irá ocupar?


Joaquim Luiz Nogueira 

A partir da década de 1990, nasce uma geração no Brasil, que sob a proteção da Lei, em sua maioria não aprenderam estudar, trabalhar, respeitar, esforçar, levantar cedo, entre outros. No lugar destes valores essenciais para o mundo do trabalho, as ruas, os colegas e o mercado, apresentaram para estas criaturas, o mundo livre de normas e regras, comandado apenas pelo desejo imediato de serem felizes.
Os filhos da pátria dos anos 1990, hoje com 27 anos, ainda receberam uma orientação de pais, avós e familiares de pessoas que nasceram antes desta Lei do Menor. Para estes, temos como dialogar, pois conheceram palavras como trabalho e respeito aos mais velhos muito cedo. Porém, a geração, filhos do Estatuto do Menor que já estão procriando, somam indivíduos pais com suas crias, sem tantas regras, normas, respeito; etc.
Quando alguém reclama das crianças destes jovens pais, adolescentes e jovens que permanecem nas ruas ou nas escolas oferecendo todo tipo de mau exemplo. As famílias se justificam que precisam trabalhar das 6 h da manhã até a noite, pois não tem como cuidar dos filhos. Por outro lado, os Políticos e o Judiciário que defendem a “Lei do Menor” empurram para as escolas a responsabilidade de educar esta parcela da população para o mundo do trabalho.
Alguns políticos até inventaram a escola de tempo integral, numa tentativa de agradar de forma eleitoreira esses filhos da pátria. No entanto, como são poucas escolas com este sistema, a maioria das crianças, adolescentes e jovens continuam a maior parte do dia nas ruas. Eles formam o grande exército de reserva do crime organizado, sendo a maioria destas crianças dependentes químicos aos 12 e 13 anos, não lhe restam alternativas a não ser, prestar qualquer tipo de serviço para pagar os produtos que consomem, cujo objetivo, é apenas continuarem vivos e felizes.
Os jovens, filhos do Estatuto do Menor, só podem trabalhar de verdade após 18 anos. É nesta fase, que alguns buscam empregos formais com registro em carteira e se deparam pela primeira vez com normas, horários, princípios, regras, respeito, vocabulário culto, etc. A escola que ele frequentou porque era obrigado a comparecer pela Lei do Menor, sozinha, não conseguiu ensinar valores do mundo do trabalho para essas crianças, já que as mesmas, não gostavam de permanecer na sala de aula.
Com determinadas exceções, alguns desses jovens, guiados pela sorte, conseguem empregos formais, mas a grande maioria desta parcela da população vai modelar toda a estrutura social, cultural e econômica do país. Usando palavras como enxame, manada ou massa popular, com capacidade imensa de consumo, o mercado nacional e internacional, juntamente com as grandes mídias constroem e apontam novos rumos na ocupação destes filhos da pátria.
Uma das promessas de emprego para a geração do Estatuto do Menor vem da tecnologia. Neste segmento, realidade virtual se funde com trabalho, sendo um simples clicar no celular ou computador, o gesto suficiente para adentrar no mundo das múltiplas possibilidades. Este encontro entre realidade bruta e extrema destes jovens despreparados para o emprego formal com a virtualidade da internet gera uma nova fronteira, espécie de novo mundo, que joga o futuro totalmente desconhecido, como um jardim das delícias para os filhos desta Lei tão defendida por muitos brasileiros.
Os empregos para esta geração, provavelmente não devem vincular valores como: horários fixos de entrada e saída, assim como regras, normas, vocabulário culto, escrita da Língua Portuguesa, rotina, esforço, metas, objetivos, leituras, pesquisas, entre outros. As chamadas plataformas, sistemas, cursos EAD, híbridos, todos estão neste horizonte de facilidades.
Resumindo, trata-se de ocupações com promessas prazerosas, cujo período de trabalho tenha diversas opções de horários, facilitado por uso de tecnologias, espaços confortáveis, sem regras e normas rígidas.  Detalhe, tais  jovens preferem começar ganhando bons salários, sem sacrifícios, já que a Lei do Menor protegeu toda sua trajetória de infância, para que não carregassem traumas para a vida adulta.
Interessa para maioria dos jovens, o trabalho fácil, sem muito esforço e altamente lucrativo em curto prazo. Este lance foi captado rapidamente pelo crime organizado, que oferece desde muito cedo aos adolescentes, pequenas doses de felicidade e tarefas rápidas bem remuneradas. Bastam algumas horas de trabalho divertido, para que o resultado seja compensado com motos e até carros.
Como jovens prodígios, protegidos por Lei, aprenderam que sem esforço, trabalho, sacrifício ou estudo conseguem felicidade. É possível que algumas empresas consigam reverter isto, porém, a missão está próxima do impossível, pois a infância seria a fase apropriada para aprendizagem dos valores do trabalho.
Até o momento, poucas organizações estão oferecendo oportunidades de empregos formais para jovens desta geração, (salvo exceções) uma delas é a indústria da tecnologia de ponta, cujos interesses estão voltados para o consumo de produtos como celulares e jogos eletrônicos. Também já existem empreendedores que contratam para trabalhos manuais e o pagamento é feito com entorpecentes.


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