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quinta-feira, 21 de setembro de 2017

O dia do Professor e as Fronteiras da Profissão


Joaquim Luiz Nogueira

Quando uma profissão não é valorizada pelo “Estado” (lembro que esse conceito de poder é muito vago para aqueles que nunca pesquisaram sobre teoria de Estado e suas finalidades). Mas, voltando ao ofício em questão, trata-se daqueles que desde o ciclo I, ensinam os primeiros símbolos da alfabetização e incluem as crianças no mundo do letramento.
Na fase seguinte do Ensino Fundamental e Médio, toda uma gama de conhecimento é apresentada aos futuros “cidadãos” (mais um conceito que merece pesquisa). Os chamados “currículos” “apostilas” e “livros didáticos” chegam ao aluno por meio de políticas educacionais, cujos interesses daqueles que sustentam o chamado “Estado” constroem a sua maneira.
As grandes mídias visuais, patrocinadas pelos interesses de mercados futuros se encarregam de uma espécie de estampagem, e essas, são fixadas nas entranhas da população por intermédio de figurantes que representam interesses de estudantes e professores que embasam suas falas em questionários e pesquisas online, números manipulados a serviço do lucro fácil para uma pequena parcela de bilionários.  
Na fronteira da profissão se encontra o objeto do conhecimento, saber  vigiado, proibido, dificultado para a maioria dos seres humanos. É só perguntar aos professores que tentaram ir além a suas pesquisas e as barreiras ou barricadas que são montadas pelo pensamento acadêmico, hierarquias, financiamentos. chefias, legislações entre outras.  
O conhecimento na modernidade e pós-modernidade ainda continua sendo proibido para a grande maioria dos seres humanos, cujos movimentos, semelhante a uma grande manada, são monitorados e planejados com ajuda dos avanços tecnológicos construídos para esta finalidade, ou seja, manter o maior número de pessoas ocupadas com a diversidade de culturas que afloram no campo das vivências cotidianas.
Do ensino básico até a fronteira do conhecimento existe toda uma estrutura política e econômica que abrem e fecham as portas de acordo com os interesses dos donos do poder. Se um professor consegue chegar ao espaço da grande mídia, parece que ele foi obrigado a se tornar uma espécie de ventríloquo, sua fala ou discurso não se refere ao conhecimento profundo e crítico, necessário para retirar o véu que encobre os truques de manipulação das massas obreiras.  
As fronteiras do saber são modeladas pelas condições precárias em que os professores são jogados em salas de aulas lotadas, bons estudantes misturados com outros com defasagens de toda espécie: analfabetos, fora da idade, violentos, drogados, mal educados entre outros.
Escolas públicas que servem de referências negativas para aumentar o lucro das escolas particulares, que ameaçam os pais que não querem pagar, dizendo: “leve seu filho para estudar na escola pública”? Na saúde e na segurança não é diferente. É contra isso que os professores devem mostrar sua indignação e reagir enquanto profissionais que dominam o saber.
Professores devem ver o mundo por intermédio do conhecimento e questionar todos os dias o motivo de sua profissão não ser valorizada. Buscar o rompimento das barreiras que impendem esse reconhecimento passa por críticas e ações contra aqueles que já se esqueceram dos motivos que levaram os donos do poder ter medo de professores.


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