Joaquim
Luiz Nogueira
Na
sociedade de hoje, segundo Slavoj Zizek , a linguagem tornou-se o meio por
excelência da não violência. Numa perspectiva mais conservadora, sabemos que as
pessoas e seus desejos eram alimentadas no sentido de que para o Bem, a
liberdade era incentivada de forma infinita, porém o mal, tinha limitações
desde a infância dentro da família, da escola e da religião.
Nas
últimas décadas, a linguagem tornou-se o último recurso na pedagogia das
mediações. Zizek nos fala que “o real ganha sentido através da linguagem” isto
é, a experiência da situação do momento passa a constituir os sentimentos. E
esses são: “sustentados pela linguagem e pelo universo simbólico”
O que
equivale dizer segundo Zizek “que uma cor passa a dar o tom do todo”. Seria
algo semelhante a grande mídia sensacionalista, que está sempre alimentada por uma
tragédia, até que outra venha
substituí-la. Neste aspecto Zizek cita o antropólogo Malinowski para
explicar a “função fática” ou comunhão, isto é, fórmulas ritualizadas para “manutenção
das relações sociais, saudações e conversas”.
Trata-se
de uma comunicação entre emissor e receptor com a função de metalinguagem, isto
é, uso de um mesmo código, vejamos o exemplo dado por Zizek que se referiu como
“capitalismo e discurso científico”, ou seja, “O fato do capitalismo não ser
justo constitui um dos traços fundamentais daquilo que o torna aceitável para a
maioria”.
O uso
da linguagem como mediadora tornou-se muito necessária a partir do momento em
que o capitalismo criou, na visão de Zizek “ os destituídos de mundo. Esses são
também os destituídos de significados e de cartografia cognitiva” Pessoas com “crise de sentido e desintegração da
identidade”.
O
contraste nesta sociedade de hoje está entre o prazer, que não é igual entre os
indivíduos, não como todos terem prazer ao mesmo tempo, então, o que é igual,
está junto a proibição, essa pode ser para todos,.Porém, contudo, todavia,
estamos segundo Zizek, “na sociedade permissiva o mandamento é prazer”.
Voltando
aos destituídos de mundo, esses são movidos de acordo com Zizek “pela inveja,
avareza e melancolia”, isto é, “o sujeito da inveja é o avarento que possui o
objeto e não tem o prazer”. De outro lado, o melancólico “tem acesso a tudo o
que quer, mas sem nisso encontrar satisfação”.
Fonte:
Livro: Violência / Slavoj Zizek
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