Joaquim Luiz Nogueira
De acordo com o currículo de
Ciências Humanas do Estado de São Paulo, os jovens estão expostos “às práticas da
vida adulta”, o que nos leva a questionar se a conduta das pessoas amadurecidas
ou experientes podem mesmo ser prejudicial a esses adolescentes?
Logo em seguida, o texto
afirma que além de expor os jovens as práticas adultas, também “posterga sua
inserção no mundo profissional”, já que a intenção do currículo sobre o
constituir de cada aluno é colocado como: “ser estudante é fazer da experiência
escolar uma oportunidade para aprender a ser livre” E aqui podemos questionar
novamente sobre esse aprender a ser livre e a função da escola. Haverá lugar no
mercado de trabalho para jovens cuja liberdade excede todos os limites?
O referido documento, logo
em seguida fala que as crianças e os jovens devem “respeitar as diferenças e as regras
de convivência”. Se eles aprenderam a ser livres, respeito as diferenças e
regras de convivência não fazem muito sentido, já que ser livre implica em
fazer tudo o que lhes vem na mente ou não?
O texto do currículo também
menciona que: “Hoje, mais do que nunca, aprender na escola é o “ofício de
aluno”.A questão é o que esses jovens livres desejam aprender na escola? E o
que os professores, adultos, experientes devem aprender com esses seres livres?
O tipo de exclusão
não desejável segundo o currículo é a: “falta de acesso tanto aos bens
materiais quanto ao conhecimento e aos bens culturais”, pois com mais pessoas
buscando o conhecimento, de acordo com o currículo se “valoriza mais o diploma
de nível superior, as características
cognitivas e afetivas”, assim como “as capacidades de resolver problemas, trabalhar
em grupo, continuar aprendendo e agir de modo cooperativo, pertinentes em
situações complexas”
Os alunos que estão aprendendo a ser livres, continuam querendo acesso
aos bens materiais, quanto ao conhecimento necessário para essa finalidade, a
liberdade adquirida também indicou para eles, muitos atalhos quando se afastaram da exposição à vida adulta e da inserção no
mundo profissional. E quanto aos bens culturais, preferem inventar novas
formas, muito mais próximas de suas liberdades.
Veja bem, esse documento nos diz que no mundo atual, “o diferencial está na qualidade da educação
recebida” Logo em seguida fala que : ”A qualidade do convívio, assim como dos
conhecimentos e das competências constituídas na vida escolar, será
determinante para a participação do indivíduo em seu próprio grupo social e
para que ele tome parte em processos de crítica e renovação.
Se a qualidade da educação recebida na escola é que irá fazer a diferença,
então, com certeza, esta deve ser entendida junto ao seu grupo de amigos, que
tudo indica, parece se renovar todos os dias dentro e fora da escola. De outro
lado, passa a ter ênfase neste currículo “a ampliação e a significação do tempo
de permanência na escola” Espaço este, que se torna “um lugar privilegiado para
o desenvolvimento do pensamento autônomo” e lugar para a construção de algo
distante desta galera que aprenderam a ser livre, isto é, “uma cidadania responsável,
numa luta que os conduzem mais para os “fenômenos
da precocidade da adolescência e do acesso cada vez mais tardio ao mercado de
trabalho”
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