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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Contradições da educação e os desafios contemporâneos


Joaquim Luiz Nogueira

De acordo com o currículo de Ciências Humanas do Estado de São Paulo, os jovens estão expostos “às práticas da vida adulta”, o que nos leva a questionar se a conduta das pessoas amadurecidas ou experientes podem mesmo ser prejudicial a esses adolescentes?

Logo em seguida, o texto afirma que além de expor os jovens as práticas adultas, também “posterga sua inserção no mundo profissional”, já que a intenção do currículo sobre o constituir de cada aluno é colocado como: “ser estudante é fazer da experiência escolar uma oportunidade para aprender a ser livre” E aqui podemos questionar novamente sobre esse aprender a ser livre e a função da escola. Haverá lugar no mercado de trabalho para jovens cuja liberdade excede todos os limites?

O referido documento, logo em seguida fala que as crianças e os  jovens devem “respeitar as diferenças e as regras de convivência”. Se eles aprenderam a ser livres, respeito as diferenças e regras de convivência não fazem muito sentido, já que ser livre implica em fazer tudo o que lhes vem na mente ou não?

O texto do currículo também menciona que: “Hoje, mais do que nunca, aprender na escola é o “ofício de aluno”.A questão é o que  esses jovens livres desejam aprender na escola? E o que os professores, adultos, experientes devem aprender com esses seres livres?
O tipo de exclusão não desejável segundo o currículo é a: “falta de acesso tanto aos bens materiais quanto ao conhecimento e aos bens culturais”, pois com mais pessoas buscando o conhecimento, de acordo com o currículo se “valoriza mais o diploma de nível superior, as características cognitivas e afetivas”, assim como “as capacidades de resolver problemas, trabalhar em grupo, continuar aprendendo e agir de modo cooperativo, pertinentes em situações complexas”

Os alunos que estão aprendendo a ser livres, continuam querendo acesso aos bens materiais, quanto ao conhecimento necessário para essa finalidade, a liberdade adquirida também  indicou para eles, muitos atalhos quando se afastaram da exposição à vida adulta e da inserção no mundo profissional. E quanto aos bens culturais, preferem inventar novas formas, muito mais próximas de suas liberdades.

Veja bem, esse documento nos diz que no mundo atual, “o diferencial está na qualidade da educação recebida” Logo em seguida fala que : ”A qualidade do convívio, assim como dos conhecimentos e das competências constituídas na vida escolar, será determinante para a participação do indivíduo em seu próprio grupo social e para que ele tome parte em processos de crítica e renovação.

Se a qualidade da educação recebida na escola é que irá fazer a diferença, então, com certeza, esta deve ser entendida junto ao seu grupo de amigos, que tudo indica, parece se renovar todos os dias dentro e fora da escola. De outro lado, passa a ter ênfase neste currículo “a ampliação e a significação do tempo de permanência na escola” Espaço este, que se torna “um lugar privilegiado para o desenvolvimento do pensamento autônomo” e lugar para a construção de algo distante desta galera que aprenderam a ser livre, isto é, “uma cidadania responsável, numa luta que os conduzem mais para os  “fenômenos da precocidade da adolescência e do acesso cada vez mais tardio ao mercado de trabalho”





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