Joaquim Luiz Nogueira
Quando
uma profissão não é valorizada pelo “Estado” (lembro que esse conceito de poder é
muito vago para aqueles que nunca pesquisaram sobre teoria de Estado e suas finalidades). Mas,
voltando ao ofício em questão, trata-se daqueles que desde o ciclo I, ensinam
os primeiros símbolos da alfabetização e incluem as crianças no mundo do
letramento.
Na
fase seguinte do Ensino Fundamental e Médio, toda uma gama de conhecimento é
apresentada aos futuros “cidadãos” (mais um conceito que merece pesquisa). Os
chamados “currículos” “apostilas” e “livros didáticos” chegam ao aluno por meio
de políticas educacionais, cujos interesses daqueles que sustentam o chamado “Estado”
constroem a sua maneira.
As
grandes mídias visuais, patrocinadas pelos interesses de mercados futuros se
encarregam de uma espécie de estampagem, e essas, são fixadas nas entranhas da
população por intermédio de figurantes que representam interesses de estudantes
e professores que embasam suas falas em questionários e pesquisas online,
números manipulados a serviço do lucro fácil para uma pequena parcela de
bilionários.
Na
fronteira da profissão se encontra o objeto do conhecimento, saber vigiado, proibido, dificultado para a maioria
dos seres humanos. É só perguntar aos professores que tentaram ir além a suas
pesquisas e as barreiras ou barricadas que são montadas pelo pensamento
acadêmico, hierarquias, financiamentos. chefias, legislações entre outras.
O
conhecimento na modernidade e pós-modernidade ainda continua sendo proibido
para a grande maioria dos seres humanos, cujos movimentos, semelhante a uma
grande manada, são monitorados e planejados com ajuda dos avanços tecnológicos construídos
para esta finalidade, ou seja, manter o maior número de pessoas ocupadas com a
diversidade de culturas que afloram no campo das vivências cotidianas.
Do
ensino básico até a fronteira do conhecimento existe toda uma estrutura
política e econômica que abrem e fecham as portas de acordo com os interesses
dos donos do poder. Se um professor consegue chegar ao espaço da grande mídia,
parece que ele foi obrigado a se tornar uma espécie de ventríloquo, sua fala ou
discurso não se refere ao conhecimento profundo e crítico, necessário para
retirar o véu que encobre os truques de manipulação das massas obreiras.
As
fronteiras do saber são modeladas pelas condições precárias em que os
professores são jogados em salas de aulas lotadas, bons estudantes misturados
com outros com defasagens de toda espécie: analfabetos, fora da idade,
violentos, drogados, mal educados entre outros.
Escolas
públicas que servem de referências negativas para aumentar o lucro das escolas
particulares, que ameaçam os pais que não querem pagar, dizendo: “leve seu
filho para estudar na escola pública”? Na saúde e na segurança não é diferente.
É contra isso que os professores devem mostrar sua indignação e reagir enquanto
profissionais que dominam o saber.
Professores
devem ver o mundo por intermédio do conhecimento e questionar todos os dias o
motivo de sua profissão não ser valorizada. Buscar o rompimento das barreiras
que impendem esse reconhecimento passa por críticas e ações contra aqueles que já
se esqueceram dos motivos que levaram os donos do poder ter medo de
professores.
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