Joaquim Luiz Nogueira
Ter consciência da crise e das
expectativas do funcionalismo e não fazer absolutamente nada, não ajuda a
manter nossas escolas em pé. Estamos sem funcionários, sem professores, sem
materiais básicos como papel higiênico e materiais esportivos. A manutenção do prédio,
das calçadas, telhados, dos muros etc.
O diálogo via ficção ou videoconferência,
não é como a vivência com as comunidades escolares. Na escola estamos roendo o
osso juntamente com famílias desesperadas com o ensino dos filhos, cuja
aprendizagem de conteúdos ficam distante
por falta de profissionais nas escolas.
A Recuperação da Economia
Paulista e a responsabilidade com o povo estão nas mãos de um mesmo sistema público,
que na Educação, já vivenciamos desde a época em que as escolas tinham muitos
professores titulares e não faltavam substitutos. Havia capacitação até de uma
semana para os professores em cidades diferentes. O mesmo sistema agora quer
resolver tudo com Plataformas Virtuais, enquanto as escolas não possuem nem
mais a sala de informática, sem estagiários, sem Internet de qualidade etc.
A recomposição salarial do
funcionário público é assunto de muitos anos, penso que pode ser apenas uma
lenda urbana, pois nem é mais um tema para pauta do sindicato, fala se em
diversas preocupações para aqueles que não terão mais aposentadorias, mas não
cobram melhores condições de trabalho.
Estamos cada vez mais matando
um leão por dia, porém, na escola, fica pelo menos três leões para o dia
seguinte. Cada professor ou funcionário que se aposentou nos últimos anos, sua
vaga se transformou em acúmulo de trabalho para aqueles que estão no front da
batalha. Fecharam salas de leituras, cortaram vice-diretores, coordenadores. É
o salve se quem puder...
Falar em cadastro de professores
eventuais neste momento do ano é tampar o sol com a peneira, pois já estamos no
final do 1º bimestre. E coletar esse tipo de ajuda não é fácil para algumas
diretorias ou cidades, cuja demanda desses profissionais é inexistente, pois
ninguém mais parece ter expectativas positivas para trabalhar com jovens e
adolescentes da geração assistida pela Lei do Menor. Professores, funcionários
e equipe gestora se transformaram em vítimas de todo tipo de desrespeito por
parte de menores que não trabalham não estuda, não obedecem a regras ou normas,
são agressivos e violentos e os pais não sabem o que fazer.
Mencionar a palavra “bônus” é
revoltante, pois vincular o trabalho dos profissionais da educação ao
desempenho de alunos classificados como vulneráveis seria como pedir milagres,
e isso, somente a grande mídia financiada por interesses de poucos, pode
realizar via realidade virtual.
O Magistério e o seu papel
junto a este sistema de realidades virtuais fabricadas, cada vez menos
participa das decisões, pois todo mês uma nova resolução aparece nas escolas e
cabe aqueles que ainda estão no FRONT apenas cumprir as leis.
Outro detalhe, nem todos os
membros do magistério compreende a “gravidade da crise” pois, sabemos que no
capitalismo selvagem “crise também é oportunidade”, assim, em nome dela, as
empresas fazem cortes de funcionários e substituem por máquinas e tecnologias
ou Plataformas Terceirizadas. No
entanto, pedir sacrifícios em nome de uma reestruturação de comandos, muitos
deles advindos de realidades virtuais e da grande mídia, não recupera a
autoestima de trabalhadores da educação.
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