Pesquisar este blog

quarta-feira, 29 de março de 2017

Resposta de um servo


Joaquim Luiz Nogueira


Ter consciência da crise e das expectativas do funcionalismo e não fazer absolutamente nada, não ajuda a manter nossas escolas em pé. Estamos sem funcionários, sem professores, sem materiais básicos como papel higiênico e materiais esportivos. A manutenção do prédio, das calçadas, telhados, dos muros etc.

O diálogo via ficção ou videoconferência, não é como a vivência com as comunidades escolares. Na escola estamos roendo o osso juntamente com famílias desesperadas com o ensino dos filhos, cuja aprendizagem de conteúdos ficam  distante por falta de profissionais nas escolas.

A Recuperação da Economia Paulista e a responsabilidade com o povo estão nas mãos de um mesmo sistema público, que na Educação, já vivenciamos desde a época em que as escolas tinham muitos professores titulares e não faltavam substitutos. Havia capacitação até de uma semana para os professores em cidades diferentes. O mesmo sistema agora quer resolver tudo com Plataformas Virtuais, enquanto as escolas não possuem nem mais a sala de informática, sem estagiários, sem Internet de qualidade etc.
A recomposição salarial do funcionário público é assunto de muitos anos, penso que pode ser apenas uma lenda urbana, pois nem é mais um tema para pauta do sindicato, fala se em diversas preocupações para aqueles que não terão mais aposentadorias, mas não cobram melhores condições de trabalho.


Estamos cada vez mais matando um leão por dia, porém, na escola, fica pelo menos três leões para o dia seguinte. Cada professor ou funcionário que se aposentou nos últimos anos, sua vaga se transformou em acúmulo de trabalho para aqueles que estão no front da batalha. Fecharam salas de leituras, cortaram vice-diretores, coordenadores. É o salve se quem puder... 


Falar em cadastro de professores eventuais neste momento do ano é tampar o sol com a peneira, pois já estamos no final do 1º bimestre. E coletar esse tipo de ajuda não é fácil para algumas diretorias ou cidades, cuja demanda desses profissionais é inexistente, pois ninguém mais parece ter expectativas positivas para trabalhar com jovens e adolescentes da geração assistida pela Lei do Menor. Professores, funcionários e equipe gestora se transformaram em vítimas de todo tipo de desrespeito por parte de menores que não trabalham não estuda, não obedecem a regras ou normas, são agressivos e violentos e os pais não sabem o que fazer.

Mencionar a palavra “bônus” é revoltante, pois vincular o trabalho dos profissionais da educação ao desempenho de alunos classificados como vulneráveis seria como pedir milagres, e isso, somente a grande mídia financiada por interesses de poucos, pode realizar via realidade virtual.

O Magistério e o seu papel junto a este sistema de realidades virtuais fabricadas, cada vez menos participa das decisões, pois todo mês uma nova resolução aparece nas escolas e cabe aqueles que ainda estão no FRONT apenas cumprir as leis.

Outro detalhe, nem todos os membros do magistério compreende a “gravidade da crise” pois, sabemos que no capitalismo selvagem “crise também é oportunidade”, assim, em nome dela, as empresas fazem cortes de funcionários e substituem por máquinas e tecnologias ou Plataformas  Terceirizadas. No entanto, pedir sacrifícios em nome de uma reestruturação de comandos, muitos deles advindos de realidades virtuais e da grande mídia, não recupera a autoestima de trabalhadores da educação. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário