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domingo, 16 de outubro de 2016

Mirante da Serra de Botucatu: Fazendas Antigas, Montanhas e Nuvens


Joaquim Luiz Nogueira

Do alto, podemos ver uma antiga fazenda de café, cuja estrutura do terreiro e a tulha, na qual se destaca, uma ponte de madeira, caminho usado pelos trabalhadores na função de  jogar o café seco da parte superior da construção, estratégia usada em outras fazendas e sítios pela cultura cafeeira do final do século XIX e início do século XX.


Neste local, a visão se perde entre nuvens, montanhas e imaginação. O colorido do céu contrasta o branco, o azul e o cinza em uma única tarde, paisagem relaxante no alto da montanha, um convite para imaginação no silêncio que nos interroga.  



As montanhas possuem a capacidade para nos dar a ideia de “centro”, toda vez que escalamos, assim que chegamos ao topo, sentimos a sensação  de estarmos no centro, então, olhamos no entorno e para o alto, em seguida, começamos a refletir sobre o lugar que ocupamos nesta geografia de altos e baixos, cujo horizonte esgota qualquer possibilidade de falar sobre o que está além das montanhas. 



Na escarpa da montanha, grama rasteira e árvores se agarram com suas raízes na busca da sobrevivência, olhamos para o formato dos galhos, parece que obedecem a uma hierarquia na forma de um guarda-chuva, cujo objetivo seria uma boa sombra, talvez, para homens e animais que também escalam a montanha. 


E do alto podemos ficar próximo das aves que voam, nesta região, as mais comuns são os urubus e os gaviões. Estes pássaros fazem vigilância das encostas, pois sabem que as montanhas servem de abrigo a muitas outras aves e animais, mas também oferecem grutas e ocas para construções de ninhos em lugares protegidos. Essas aves de rapinas  tem seus voos alternados entre o solo e as nuvens, cujas correntes de ar, facilitam o equilíbrio nas alturas e colocam tais aves em posição privilegiada  em relação aos possíveis alimentos que se movem na superfície.