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domingo, 19 de fevereiro de 2012

Sonhos, desencontros e excessos: forças que modulam ações humanas.

Joaquim Luiz Nogueira

O Sonho é aquilo que carrega, aprofunda, extravasa todas as emoções humanas, joga com o tempo presente ao fazer com que experimentemos os passos do amanhã numa trilha de expectativas. Eles resultam de encontros entre realidades e projeções assimiladas a partir das viagens fora do tempo, cujos sentimentos, terminam por traduzir essa língua impronunciável, mas conhecida pelas emoções, que interpretamos como possibilidades.

Forças que atravessam o tempo e abrem portas as aspirações, ou seja, atua todas as vezes que enfraquecemos a coragem em prosseguirmos rumo ao desconhecido. Elas surgem diante de nós como imagens refletidas do que buscamos e confirmam que podemos vencer.

A cada desencontro com os objetivos que traçamos, uma fenda se abre de forma semelhante aquela que o escalador de montanhas encontra para dar uma pausa em sua jornada rumo ao topo. E se interpretarmos isso como oportunidade, o vazio angustiante se preenche pelas sensações daquilo que queremos, e esse último, ilumina-se ao estremecer nosso corpo.

No entanto, o Buscar é o movimento que delimita a necessidade de cada indivíduo e pode ir além de sua situação de momento. Esse procurar corta o espaço e o tempo de forma instantânea e amarra a imaginação numa atmosfera de possibilidades, ou seja, capaz de proporcionar imagens confortantes.

O transbordar dessas imagens acontecem na maioria das vezes que conseguimos encontrá-las, conquistá-las ou até quando compramos aquilo que necessitamos. Esse excesso poderá criar certa dependência, que por não possuir uma estrutura real, gera reações desproporcionais, ou seja, a criatura pode querer dominar o criador.

Livros do autor em ebook
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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A filosofia do Filme “A Origem”


Joaquim Luiz Nogueira
Entre muitos devaneios que já tive oportunidade de ver a partir do cinema, o filme me despertou certo interesse por tocar no assunto Realidade, Sonho e Fantasias. Logo de início, qualquer telespectador tem uma imensa vontade de parar de assistir, pois a trama começa do fim e depois surgem ao longo da narrativa algumas frases interessantes:
“ Os sonhos parecem reais quando estamos neles”
“ Nunca lembramos do início de um sonho”
“ O sonho constrói esse mundo”
“ você altera coisas e as projeções convergem para você”

No filme, por incrível que pareça, os sonhos são compartilhados, isto é, como uma rede virtual, cujos os participantes se enfrentam nos sonhos, enquanto os corpos ficam em outras dimensões. É algo semelhante ao filme Avatar, lá os personagens também lutam numa espécie de sonho. Vejamos algumas frases dos sonâmbulos de “A Origem”:
“Sentimos que mais alguém também está criando esse mundo”
“ Experimentamos ou sentimos a natureza estranha desse outro sonhador”
“ Combatemos os invasores de nossos sonhos como uma infecção e de forma que não podemos ter o controle”

Mas também temos o personagem (mocinho do filme) que orienta as pessoas como criar sonhos:

“ Não recrie sonhos a partir de sua memória, imagine lugares novos”
“ Criar um sonho a partir da memória é um jeito fácil de perder a noção do que é real e o que é sonho”
“ Para criar sonhos use apenas detalhes já conhecidos da memória, nunca áreas inteiras de sua memória”

O filme trabalha com a hipótese de que podemos inserir pequenas mudanças na mente de uma outra pessoa a partir da invasão de seus sonhos, ou seja, participar do sonho de outras pessoas e propor ideias significativas, e assim, quando acordarem, as decisões que ocorreram durante o sono transformar-se-iam em realidade. Vejamos a defesa da tese do especialista do filme no assunto:

“ Uma ideia totalmente formada, totalmente compreendida, permanece”
“ No estado de sonho, as defesas conscientes estão mais baixas”
“ Você deve começar com a versão mais simples da ideia”
“ O subconsciente é motivado pela emoção, não pela razão”
“ Temos que traduzir uma estratégia de negócio em uma emoção e sabemos que uma emoção positiva sempre supera uma negativa”
“ Uma ideia é como um vírus resistente e seu mundo não é real”

Concluindo, o filme toca num campo muito interessante, isto é, a realidade e a sua fabricação a partir dos sonhos. Esse tema avançou no cinema a partir do filme Matrix I, Avatar e o “Mundo Surreal”, todos de alguma maneira tentaram apontar hipóteses sobre como criamos aquilo em que denominamos como REALIDADE.

Saiba mais sobre o autor  

http://jolnogueira.wix.com/gestaodosucesso#!gestarsucesso/mainPage
Conheça nos links abaixo mais textos sobre o assunto:

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Pensando a escola como ambiente de aprendizagem


Joaquim Luiz Nogueira

Grandes pensadores do século XX, entre eles, Heidegger e Deleuze, tentaram esclarecer como funciona os seres humanos junto aos seus ambientes, Mas no início do século, um biólogo de origem alemã chamado Jacob Johann von Uexküll, investigador do mundo subjetivo e da percepção dos animais escreveu sobre o mundo dos organismos mais elementares até os superiores e estabeleceu:

“(...) uma infinita variedade de mundos perceptivos, todos igualmente imperfeitos e ligados entre si como uma gigantesca partitura musical e, todavia, incomunicantes e reciprocamente exclusivos, em cujo centro estão pequenos seres familiares”. AGAMBEN,1942, P.60.

Uexküll, define sua pesquisa como passeios em mundos incognoscíveis e fala que não existe um tempo e um espaço igual para todos os viventes e que podem variar de acordo com o ponto de vista de onde o observamos. Assim não existe uma floresta enquanto ambiente objetivamente determinado, existe:

- uma floresta para o guarda-florestal;
- uma floresta para o caçador;
- uma floresta para o botânico;
- uma floresta para o viajante;
- uma floresta para o amigo da natureza.

Nesse sentido, vamos imaginar a escola também como espaço de aprendizagem e que não há como pensá-la enquanto ambiente objetivo e determinado, mas como um lugar, cujas pessoas que as circulam, nos levam a concordar com Uexküll, ou seja, parecem que não se movem no mesmo mundo em que as observamos, nem compartilham conosco as mesmas ideias e que tal perguntarmos o que significa:

- uma escola para as famílias estruturadas;
- uma escola para famílias em situações de risco;
- uma escola para alunos interessados;
- uma escola para alunos desmotivados;
- uma escola para o Diretor da unidade;
- uma escola para o Professor- coordenador;
- uma escola para o professor de cada Disciplina;
- uma escola para o supervisor;
- uma escola para o dirigente regional;
- uma escola para o secretário de educação municipal ou estadual;
- uma escola para o prefeito ou governador..


Depois de coletarmos tudo, será que estamos preparados para orquestrarmos essa composição musical no ambiente escolar? Vejamos o que Uexküll nos fala sobre uma haste de flor do campo e os diversos pontos de vista sobre a mesma:

- uma rapariga colhe suas flores para pregar em seu vestido;
- uma formiga se serve como trajeto para chegar em uma outra flor;
- uma larva de cigarra lhe perfura para construir seu casulo;
- uma vaca o mastiga e engole para se alimentar.


Na natureza, segundo Uexküll, cada ambiente é uma unidade fechada sobre si mesma, que resulta do destaque seletivo de uma série de elementos. Assim, numa escola, o educador ou pesquisador terá como primeira tarefa, investigar e reconhecer os portadores de significado que constituem o seu ambiente de aprendizagem.

autor - Joaquim Luiz Nogueira
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Livro Fonte: Giorgio Agaben : O Aberto: o Homem e o Animal . Biblioteca Nacional de Portugal , 1942.