A
Função da Escola Pública no Pós Pandemia
* Apresentar o mundo do novo normal
* Adaptar-se as novas formas de consumo
* Compreender e trabalhar a partir do não linear
* Entender que a escola sozinha não forma os estudantes
O mundo do chamado “novo
Normal” quebrou na mente dos estudantes a obrigatoriedade da frequência escolar
física, eles perderam a capacidade de frequentar um mesmo lugar de segunda a
sexta, pois suas abrangências de mundo abraçaram universos muito maiores, que
não possibilitam mais ao corpo físico acompanhar todos estes pontos nos quais
julgam como de grande importância para sua vida.
Desse modo, os estudantes
mesclam o corpo físico, o virtual e o imaginário, já que do ponto de vista
deles, o espaço físico torna algo semelhante ao virtual, ou seja, o local onde
se situa pode simplesmente se comunicar com qualquer outro onde suas
necessidades o levarem. E a ordem de importância ou valor quem deve decidir
seria ele mesmo, isto é, tudo muito rápido, basta clicar.
As novas formas de consumo facilitaram
a exposição do produto via tela de celulares e computadores, tudo ao alcance de
alguns cliques, apenas visualização, desejo, gosto e pronto, a imagem já ganha status
de pertencimento, pois aparece no carinho de compra, dai até a chegada do
produto nas mãos pode ter um longo processo e talvez, nem ocorrer de verdade,
mas a sensação de possuir e adquirir já alimentou o indivíduo.
As frustrações derivadas deste
processo são compensadas com novas formas de consumo virtuais, cujas selfs ou
ostentações de imagens, palavras, frases, entre outras, dominam o vocabulário dos
estudantes, e que, de maneira alguma, possuem semelhanças com aquilo que são lhe
apresentados na escola. Pois, nas salas de aula com ensino presencial, os
docentes são guiados por currículos, construídos pela esfera federal e estadual,
cujas finalidades teóricas e introdutivas os tornam abrangentes ao máximo,
porém, avaliações externas e vestibulares buscam conhecimentos específicos de conteúdo,
habilidades e competências, que estão
distantes dos universos reais dos estudantes.
A nova função da escola
pública neste contexto do não linear, passa por uma etapa de reflexão, ou seja,
parar e observar o universo dos estudantes que chegam até a sala de aula, pois
as diversas demandas abrangem desde o psicológico até as consequências econômicas
daqueles que fazem matrículas na escola pública. A compreensão deste universo
que nutrem os estudantes com alimentos, vestimentas, lazer, saúde, moradia,
amizades, relacionamentos, segurança, direitos, educação, cultura, entre
outros, são de extrema importância para os rumos da formação.
A função da escola pública que
recebe toda essa gama de diversidades sociais, por meio de matricula
obrigatória dos estudantes, logo, deve se preparar também para aprender com as
novas demandas advindas de um processo contemporâneo de mudanças de valores,
cujos métodos tradicionais de ensino tornam-se sem sentido para uma geração
nutrida com uma avalanche de informações a cada clique do celular ou
computador.
Neste aspecto, a escola
sozinha não possui mais o controle daqueles que fazem matrículas, muito menos,
das condições que terminam um ano letivo ou uma etapa de quatro ou cinco anos.
Os chamados Conselhos de série e classe com a participação de mestres, alunos,
responsáveis, funcionários, não possuem mais a compreensão do “Todo” já que, o
estudantes em sua maioria não possuem
linearidade na frequência escolar e fora da escola, seus universos são outras
preocupações com urgências que não podem ser ignoradas por eles.
Podemos concluir que a escola
pública, assim como outras instituições, tais como a saúde, a segurança, entre
outras, recebem incumbências na ordem do idealismo de cada usuário que procuram
estas instituições, talvez, no imaginário daqueles que conheceram a mesma
instituição no passado, nos livros, na TV, na novela; etc. Na realidade, o hoje
em cada instituição citada, está muito diferente do passado, ou seja, teoria e
prática estão se mesclando para apresentar algo que ainda não possui uma
nomenclatura definida.
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