Joaquim Luiz Nogueira
Se você entrar em uma padaria
de uma cidade com alto índice de violência, assim que adentrar no recinto, a
primeira pessoa que vai te observar é o caixa, caso você não se movimente
diretamente para o balcão de cabeça abaixada, logo, já é suspeito. E o caixa
ficará atento a todos os seus gestos.
Se você é professor da rede
pública e precisa constituir jornada, no primeiro dia da atribuição ao chegar
no recinto, vai logo observar se tem lista de classes com nomes das raridades,
caso não consiga visualizar tais informações, as coisas tornam se confusas e o
pânico alerta o docente para o perigo de constituir sua jornada com períodos e
classes indesejáveis.
Se o suposto cliente da
padaria está confuso e começa a visualizar outros espaços do recinto, o caixa
levanta a cabeça numa reação de pavor, pois suas experiências traumáticas fazem
conexões entre o comportamento do sujeito e de outros elementos durante
assaltos anteriores.
Se o professor está confuso,
ele já entra em desespero, pois suas lembranças e traumas dos anos anteriores,
voltam de forma instantânea em sua mente. Neste instante, assim como o caixa da
padaria, o docente já direciona seu olhar para o responsável pela atribuição,
de forma a interrogar sobre o que está acontecendo? O que mudou? Não vou ter
aulas?
Ambos, o professor e o caixa
da padaria são traumatizados por experiencias anteriores, cujo pânico que
carregam com eles, despertam a cada situação estranha, logo, entra em cena o comportamento
de vigilância. Portanto, ambiente de padaria e de dia de atribuição exigem
muita calma e cuidado com movimentos e respostas bruscas, avisem com antecedência
o que pretendem fazer, caso contrário, os traumas podem despertar a fúria.
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