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domingo, 4 de abril de 2010

Porque temos a sensação de que em sala de aula estamos voltando no tempo

Joaquim Luiz Nogueira

Ao tentarmos interpretar os corpos textuais de nossos alunos, mergulhamos no oceano primordial humano. Nesse universo nos deparamos com estados de ondulações oscilantes, ou seja, partículas em movimentos que fluem numa multiplicidade de desejos.

E como nos são familiares certas cenas que presenciamos em classe, temos a sensação de que já vimos, pois afirmamos com base em variantes de tais comportamentos já vividos. É como se voltássemos no tempo. Desse modo, as nossas ações também são semelhantes aquelas do passado e nos colocamos a frente dos alunos, citando exemplos de como poderia terminar cada atitude que fora condenada em outras épocas.

Mas, os alunos sempre nos surpreendem a todo instante, representam um desacordo a sua realidade familiar e. ao mesmo tempo, vão além de suas aparências diretas. Eles estão nas ondulações que pregam que tudo é possível e de forma simultânea, também expressam nos comportamentos os diferentes desejos que cruzam suas mentes.

No entanto, temos o encontro daqueles que buscam formar cidadãos conscientes de seus deveres e de outro lado, gerações mergulhadas nas multiplicidades oscilantes de opções. Teoricamente, desse choque de interesses despontam abordagens como aquelas que pregam o “dançar conforme a música”, e assim, podemos seguir todos juntos para o “jardim das delícias” imaginado pelos alunos.

E sabemos que outra saída possível seria um ambiente de ensino, que diferente daquele que encontramos hoje, possa incluir diferentes pontos de vista, fundamentados na realidade e que possam substituir as versões padronizadas.

2 comentários:

  1. Adorei! E concordo plenamente.
    Abraços
    Ana

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  2. Sem duvida!!! Após 4 anos de experiencia no ensino publico, vejo um ensino fragmentado, de uma lado professores, gestores e alunos, de outro, governo e sindicato, pois temos um sistema complexo, dinâmico, eivado de interesses particulares, acima dos interesses publicos, no final a palavra mais dita resume-se em "ensino de qualidade". Quando o senhor disse "dançando conforme a musica", penso que na musica na dança para dois dançarinos o ambiente flui harmonicamente, como deveria ser a educação de qualidade... Estamos muito longe de uma revolução na educação conforme falou o secretario numa nota à imprensa. Tentamos com muito esforço mudar, transformar, multiplicar, mas como dizia meu professor de filosofia "o sistema é cruel". Não fugindo do assunto, o discernimento, a leitura do sensivel, o aperfeiçoamento, poderá de forma significativa ampliar e decifrar os codigos dessa nova realidade educacional e tornar os seres humanos envolvidos emancipados e autonomos, longe das versões padronizadas e dogmaticas.

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