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terça-feira, 13 de setembro de 2022

A Função da Escola Pública no Pós Pandemia

 

A Função da Escola Pública no Pós Pandemia

                                                                                     JOAQUIM  LUIZ NOGUEIRA 

*  Apresentar o mundo do novo normal

*   Adaptar-se as novas formas de consumo

*   Compreender e trabalhar a partir do não linear

*   Entender que a escola sozinha não forma os estudantes


O mundo do chamado “novo Normal” quebrou na mente dos estudantes a obrigatoriedade da frequência escolar física, eles perderam a capacidade de frequentar um mesmo lugar de segunda a sexta, pois suas abrangências de mundo abraçaram universos muito maiores, que não possibilitam mais ao corpo físico acompanhar todos estes pontos nos quais julgam como de grande importância para sua vida.

Desse modo, os estudantes mesclam o corpo físico, o virtual e o imaginário, já que do ponto de vista deles, o espaço físico torna algo semelhante ao virtual, ou seja, o local onde se situa pode simplesmente se comunicar com qualquer outro onde suas necessidades o levarem. E a ordem de importância ou valor quem deve decidir seria ele mesmo, isto é, tudo muito rápido, basta clicar.

As novas formas de consumo facilitaram a exposição do produto via tela de celulares e computadores, tudo ao alcance de alguns cliques, apenas visualização, desejo, gosto e pronto, a imagem já ganha status de pertencimento, pois aparece no carinho de compra, dai até a chegada do produto nas mãos pode ter um longo processo e talvez, nem ocorrer de verdade, mas a sensação de possuir e adquirir já alimentou o indivíduo.

As frustrações derivadas deste processo são compensadas com novas formas de consumo virtuais, cujas selfs ou ostentações de imagens, palavras, frases, entre outras, dominam o vocabulário dos estudantes, e que, de maneira alguma, possuem semelhanças com aquilo que são lhe apresentados na escola. Pois, nas salas de aula com ensino presencial, os docentes são guiados por currículos, construídos pela esfera federal e estadual, cujas finalidades teóricas e introdutivas os tornam abrangentes ao máximo, porém, avaliações externas e vestibulares buscam conhecimentos específicos de conteúdo, habilidades  e competências, que estão distantes dos universos reais dos estudantes.

A nova função da escola pública neste contexto do não linear, passa por uma etapa de reflexão, ou seja, parar e observar o universo dos estudantes que chegam até a sala de aula, pois as diversas demandas abrangem desde o psicológico até as consequências econômicas daqueles que fazem matrículas na escola pública. A compreensão deste universo que nutrem os estudantes com alimentos, vestimentas, lazer, saúde, moradia, amizades, relacionamentos, segurança, direitos, educação, cultura, entre outros, são de extrema importância para os rumos da formação.

A função da escola pública que recebe toda essa gama de diversidades sociais, por meio de matricula obrigatória dos estudantes, logo, deve se preparar também para aprender com as novas demandas advindas de um processo contemporâneo de mudanças de valores, cujos métodos tradicionais de ensino tornam-se sem sentido para uma geração nutrida com uma avalanche de informações a cada clique do celular ou computador.

Neste aspecto, a escola sozinha não possui mais o controle daqueles que fazem matrículas, muito menos, das condições que terminam um ano letivo ou uma etapa de quatro ou cinco anos. Os chamados Conselhos de série e classe com a participação de mestres, alunos, responsáveis, funcionários, não possuem mais a compreensão do “Todo” já que, o estudantes em sua maioria  não possuem linearidade na frequência escolar e fora da escola, seus universos são outras preocupações com urgências que não podem ser ignoradas por eles.

Podemos concluir que a escola pública, assim como outras instituições, tais como a saúde, a segurança, entre outras, recebem incumbências na ordem do idealismo de cada usuário que procuram estas instituições, talvez, no imaginário daqueles que conheceram a mesma instituição no passado, nos livros, na TV, na novela; etc. Na realidade, o hoje em cada instituição citada, está muito diferente do passado, ou seja, teoria e prática estão se mesclando para apresentar algo que ainda não possui uma nomenclatura definida.  


segunda-feira, 13 de junho de 2022

Pedagogia da Escuta

 


Pedagogia da Escuta

                                                                               Joaquim Luiz Nogueira

Essa pedagogia com origem na Itália[1], destinada ao desenvolvimento da aprendizagem infantil, chega no Brasil impulsionada pelo Ministério Público, que sugere seu uso na escola junto a resolução de conflitos. “DIÁLOGOS E MEDIAÇÃO DE CONFLITOS NAS ESCOLAS Guia Prático para Educadores”

A Pedagogia da escuta sugere ouvir a comunidade escolar desde o estudante até suas famílias, no sentido de que a escola possa se construir com contextos diversificados e que reconheça as infinitas maneiras de ser estudante, isto é: dedicar-se naquilo que gosta, realizar novos desafios, ter foco, questionar a realidade, ser respeitoso e consciente, assim como, fazer seus deveres, entre outros.

Junto as famílias notamos que: temos que demonstrar respeito pelo diferente, reconhecer suas ideias e opiniões. No atendimento na escola vamos diagnosticar se o pai ou responsável possui as seguintes características: necessidade de controlar e intimidar; acha natural que sua maneira de falar e agir é natural de sua pessoa; costuma fazer comentários depreciativo dos outros; possui argumento irrelevantes semelhantes a um ataque ou tenta se impor, não aceita ouvir outros pontos de vistas.

Para aqueles que estão nas lideranças das escolas não se devem  dominar pela agressividade do outro, ou seja, deve usar a inteligência emocional, cautela, paciência e autocontrole. Nesta pedagogia, valores como o lugar do coletivo e a escuta sensível deve ser usada para se conectar com o outro, o lema a ser enfatizado é: “na escola todos os sujeitos são aprendizes”

Neste sentido a escola deve fazer um plano de convivência escolar, cujo objetivo seja: prevenir e buscar uma boa convivência, transformando “cotidianos de risco” em “espaços protetores”. Neste plano a escola deve: capacitar os estudantes para fazerem um diagnóstico da comunidade escolar via um questionário por classe e no final, elaborar regulamentos coletivos e criação de hábitos de mediação, círculo de paz e práticas restaurativas.

De acordo com Marshall Rosenberg, psicólogo americano, falecido em 2015, defensor da não violência, que recomenda diante de situações agressivas: continuar humano, mesmo em condições adversas, "Ressignificar" a fala para se tornar empático, algo que nasce da compaixão.

 Para Rosenberg, o ambiente familiar pode ser o causador de grandes conflitos, pois não podemos controlar as ações dos outros, mas podemos mudar a nossa reação à elas pelo domínio das emoções.

 



[1] https://lunetas.com.br/pedagogia-da-escuta/  veja neste link toda a teoria da Pedagogia da escuta na Itália.