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domingo, 16 de agosto de 2009

O aluno “self media” e o professor “interface”

Joaquim Luiz Nogueira

O professor “interface” é o ponto de contacto, isto é, o mediador, aquele que permite a comunicação a partir da interatividade. Essa interatividade se estabelece pela roupa, entoação, atitude, linguagem corporal, frases, silêncio, etc.; assim se estabelece, pelo menos, a possibilidade de comunicar.

Sabemos que o processo de interação entre seres humanos se define pela sua complexidade e por uma aprendizagem longa e difícil, mas o aluno “self media” se caracteriza por um fluxo de comunicação biunívoco, ou seja, o professor perde a sua onipotência em favor do aprendiz, que tem agora um papel ativo. Surge assim, a interação, a participação do estudante toma lugar do mestre e vice-versa. Será o próprio discente a compreender e pesquisar os seus gostos e interesses particulares.

O aluno “self media” e a sua interatividade evidencia, sobretudo, a crise das estratégias do ensino atual, que insiste no modo insuportável do discurso da atualidade trágica e no pequeno mundo da política de fatos diversos que não facilita a interatividade entre o aluno e o professor.

Entre os elementos que compõem as estratégias de ensino para o aluno “self media” estão as possíveis aplicações a partir do computador, da “Internet”, da “multimedia on e off-line”, com os seus vários ramos e uma série de híbridos que, nascidos na pedagogia tradicional, agora se converteram em apresentações modernas, como é o caso da televisão digital e dos jornais digitais.

A televisão digital vai permitir que os alunos possam escolher o que querem ver. Os bits desta televisão do futuro vão possibilitar ao estudante visionar o que se quiser, às horas que se quiser. Será a informação a pedido do aluno.

TEXTO ADAPTADO DA FONTE:

http://www.citi.pt/estudos_multi/ana_cristina_camara/interface.html , ACESSO EM: 16/08/2009.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

A gestão e o espírito do vale


Joaquim Luiz Nogueira
Edgar Morin em seu livro “A natureza da natureza – O Método I” nos diz que devemos pensar em uma solidariedade infinita, que semelhante ao espírito do vale, recebe todas as águas que derramam nele. Desse modo, os gestores públicos, que também buscam fazer de suas escolas espaços solidários, devem começar a criar caminhos como as águas do vale, ou seja, enquanto caminham.
Devemos começar pela consciência da ignorância, isto é, a incerteza e a confusão. Esses são elementos abundantes em nossas gestões e responsáveis por criar as reflexões, que nos interrogam sobre as condições da existência dos professores e alunos.
Nesse sentido, temos de resistir aos conceitos simplificados e abrir caminhos pela interação de idéias mais complexas. O objetivo da gestão deve ser a reflexividade e as articulações entre as esferas que estão separadas, tais como: o ensino e a aprendizagem.
O real da escola se impõe com suas idéias e tarefas todos os dias aos gestores. Tal rotina não permite simplificações, pois avançam rumo às situações desconhecidas, enunciando a complexidade a todo instante. Assim, acredito que ao estarmos na escola, também estamos no vale...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Mercado Global e Educação

Joaquim Luiz Nogueira

Richard Sennett, em seu livro intitulado “ A corrosão do caráter” faz uma análise do mundo após a quebra da bolsa de 1929 e a Segunda Guerra Mundial. Nesse momento as comunidades de imigrantes nos Estados Unidos passaram a viver o chamado “sonho americano”. Para essas famílias tudo o que importava era que os seus filhos tivessem estudo e uma vida diferente daquela luta sofrida de imigrantes.

Nesse período, essas famílias contavam com uma estabilidade no emprego, garantida por sindicatos fortes, Estado assistencialista, organizações hierárquicas e narrativas lineares de uma vida com planos de longo prazo. As virtudes dessa fase era a confiança, o compromisso mútuo e o senso de objetivo. Os filhos do sonho americano encontraram um mercado global para trabalhar e educar a nova geração. Veja como Sennett coloca os valores nessa nova sociedade:

Mercado Global

Educação

No mundo das novas tecnologias, não há longo prazo, mas em curto prazo e a forma de administrar é em rede;

A necessidade das crianças não se encaixa na necessidade do trabalho dos pais, assim, falta a disciplina ética dos filhos;

As roupas elegantes se tornam plumagem dos negócios, num aspecto fugitivo das amizades;

Os pais temem que seus filhos se tornem “pequenos ratos”, rondando ao léu pelas ruas, praças e shopping, enquanto trabalham;

Os empregos passaram a chamar “campo de trabalho” e Projeto. E as tarefas no trabalho, são constantemente redefinidas;

Os filhos vêem a luta dos pais como algo natural. A mudança significa não se comprometer, não se sacrificar;

No trabalho em equipe se caracterizam os laços sociais fracos e a blindagem para enfrentar a realidade é o distanciamento entre as pessoas.

Em casa, o trabalho em equipe assinala uma ausência de autoridade e de orientação firme na criação dos filhos;

A nova economia prega os valores do camaleão em uma sociedade composta de episódios, fragmentos e flexibilidade.

Os pais sabem ouvir muito bem os filhos em vez de ditar a lei; em conseqüência, muitas crianças permanecem desorientadas;

A mudança significa ficar a deriva;

Pessoas à vontade em relação a não calcular as conseqüências ou não saber o que virá depois;

Nós educadores (as), muitos de nós também nos encontramos no chamado “sonho americano”, principalmente quando nos deparamos com crianças que não conhecem limites ou respeito para com os professores. E os pais? O aluno (a) responde estão trabalhando ....

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O educador e o analista

Joaquim Luiz Nogueira

De acordo com Lacan, em seu livro “O triunfo da religião” na tradução de André Telles, as profissões como a de educadores e analistas se encontram em posições às vezes insustentáveis, pois, convivem com sensações de angústia. Assim, necessitam que recorram constantemente às novidades para trabalharem com tarefas impossíveis. Veja abaixo, uma síntese de ambas as funções, segundo Lacan:

O Analista

O Educador

Usa a novidade para reforçar o que é impossível;

Parece estar a todo o momento em uma posição insustentável;

Faz brotar do novo a posição que ocupa o educador;

Não faltam candidatos ou pessoas autorizadas para educar;

Percebe que os educadores, não fazem no final das contas a mínima idéia a cerca do que fazem;

São pessoas tomadas pela angústia quando pensam no que consiste educar;

Analista é uma função mais impossível do que outras;

O educar como certa idéia de que é preciso para se fazer homens;

O analista se ocupa muito especialmente do que não funciona;

A educação é necessária para que os homens consigam se suportar

Há coisas que fazem que o mundo seja imundo. É disso que se ocupam os analistas;

O homem faz sua educação por si só. De uma forma ou de outra, ele se educa;

Os analistas são forçados a sofrerem, isto é, esticar as costas o tempo todo;

Convém que as pessoas aprendam alguma coisa quebrando a cabeça;

Se você, caro educador (a), também encontrar familiaridade com a linguagem descrita acima, será melhor que conheça um pouco mais sobre as idéias lacanianas, principalmente sobre como trabalhar com a realidade sem desprezar a teoria.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O Julgamento de um educador

Joaquim Luiz Nogueira

De acordo com Edgar Morin, em seu livro denominado de “O Método V.4 – as idéias”, o conceito de paradigma incorpora o nosso pensamento segundo as culturas científica e humanitária. Caro educador (a) verifique nos conceitos abaixo o que é mais importante no momento de julgamento ou avaliação de seus alunos (as):

Cultura científica

Cultura Humanitária

Mecanicistas

Confusão, agitação e movimento

Materialistas

Espírito, alma e coração

Deterministas

Liberdade e livre-arbítrio

Harmônicos

Desarmônicos, discordantes

Ordem, unidade e hierarquias

Desordem e divergência

Simplicidade

Complexidade

Individualismo, especialização

Pluralidade, multiplicidade

Objetividade

Subjetividade

Imaginação teórica

Empirismo e respeito aos fatos

Racionalismo com leis do universo

Acaso, imprevisibilidade

Rejeição da subjetividade

Incorporação da subjetividade

Crítica como fonte de progresso

Reconhecimento das fragilidades

Fechamento, isolamento e clareza

Abertura, incerteza e interrogação

Eliminação do não mensurável

Diálogo com o real, o outro e conosco

A contradição como erro

Admissão das possibilidades

Extrair, operacionalizar e controlar

Mediação das palavras, idéias, teorias

Se você usar mais elementos da cultura humanitária, significa que a modernidade ocidental ainda não dominou você totalmente, mas provavelmente terá problemas ao colocar suas idéias com outros colegas. Assim, a saída, muitas vezes, será assumir interiormente uma postura e colocar em prática uma versão ocidental de objetividade racionalidade e clareza. Afinal, todos devem compreender e obedecer?

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Resenha sobre o livro Saiba como obter sucesso em contextos sociais diferentes

Resenha elaborada pelo Prof. Elvair Grossi, autor do livro "Um menino Poetinha" após análise do livro "Saíba como obter sucesso em contextos sociais diferentes"

Percebe-se, numa leitura sem compromisso ou, porque não dizer, menos atenta, que o professor Joaquim Nogueira, neste ensaio sobre: como obter sucesso em contextos sociais, solfeja uma certa decodificação de algumas categorias dos signos sociais, deixando transcorrer para um leitor desavisado, que tudo isso seria apenas um simples exercícios de lapidação e auto-ajuda, direcionado ao eixo social, profissional etc. Isso se dá, devido a constituição de uma linguagem simplicista.

Mas, numa leitura mais atenta, é possível observar uma certa profundidade e abrangência dessas categorias, como: a experiência do olhar, ambientes favoráveis, a conquista do outro, construções de ideias etc, na qual reside a grande importância deste trabalho. Pois, quando estamos imergidos em qualquer que seja o contexto social, passamos a organizar nossas necessidades e nossos prazeres, nossas preferências e nossos temores, com base naquilo que vemos,que presenciamos ou naquilo que queremos, uma vez que a busca e o querer é inerente ao homem, o que passa a ser um fato.

Sendo assim, verifica-se que este ensaio, sustentado por meio de um corpo teórico de natureza científico, social, profissional e amparado por um certa linha semiótica, apresenta-nos algumas formas de enxergar e de administrar “isso” que, no dia a dia, podemos chamar de situação de risco, de conflito ou, de forma mais vulnerável e fragilizada, falta de sorte, falta de sucesso etc.

O ensaio, de natureza sociológica, tendo como proposta decodificar alguns signos sociais e examinar atitudes e ações do ser humano posto no convívio coletivo , abre uma fenda de múltiplas possibilidades de estudo, pesquisa e, principalmente, de convivência social.


Saiba mais sobre o autor de Saiba como obter sucesso em contextos sociais diferentes

Saiba como obter sucesso em contextos sociais diferentes


Síntese

Essa obra busca exemplificar como se dá a interação entre a percepção de nossa natureza íntima e o ambiente ao nosso redor. Desse modo, sua leitura nos convida a um mergulho no universo de nossas experiências pessoais, cujos interesses, interpretações, sensações e limites, culminam por desencadear as tramas que permitem recomeçarmos novamente a cada dia.

Nesse sentido, para o autor, os pensamentos e idéias que incorporamos em certas circunstâncias, resultam em outras manifestações, e essas, mesclam aos nossos históricos vivenciais. Desse modo, aprendemos que até as imperfeições despertam criatividades em nossas ações de forma lúdica e que elas se tornam relevantes, devido à complexidade comunicativa que as incorporam.

Assim, o livro investiga o que acontece em nossa própria construção enquanto ser humano a partir dos históricos, crenças, conquistas e aventuras. Em suma, busca nos elementos simples dos relacionamentos sociais, aquilo que nos serve como matéria-prima em pesquisa de possíveis reações diante de momentos difíceis.

A obra exemplifica algumas linguagens contextuais que chamamos de sinais orientadores de condutas, sonhos e ideais. Pois, descobrimos nossos potenciais a cada situação que enfrentamos, e assim, construímos ações a partir de leituras contextuais e assimilações.

Assim, o presente trabalho investiga o encontro dos elementos imaginários com o empírico cotidiano. Pois, desse embate é que emerge os estímulos dançantes que são orientados pelo ambiente, cargo ou função que ocupamos na empresa ou na sociedade.

LIVRO: Saiba como obter sucesso em contextos sociais diferentes - Autor: Joaquim Luiz Nogueira - Editora Baraúna ( www.editorabarauna.com.br )