Prof. JoaquimLuizNogueira
Trad.Livre de The subject supposed to believe
p.106
Livro: The Plague of
Fantasies / Slavoj Zizek
O sujeito pretenso para
acreditar, possui uma característica fundamental constituída pela ordem
simbólica, algo que é oposta a outra, pois é mais conhecida, que oferece a noção
que o sujeito supostamente já conhece. Quando Lacan fala de um sujeito propenso
para conhecer, aquilo que não é a norma, mas a exceção, na qual ganha pelo valor de contraste no sujeito pretenso para
acreditar, pois é uma característica padrão da ordem simbólica. Então o que é
um sujeito pretenso para acreditar?
É o reverso da ordem
“normal” e que tem uma clareza de conotação teológica,
como numa verdadeira religião, quando primeiro eu acredito em Deus e, então,
sobre o meu acreditar, torna-se apta
minha fé. Neste sentido, um analista não
é um empirista, que propõe ao paciente, diferentes hipóteses, mas que pesquisa
profundamente o relato e sobre eles, incorpora certezas absolutas ou desejos
inconscientes.
Temos então duas noções, a
do sujeito pretenso a acreditar e a do sujeito pretenso para conhecer. Não são
elementos simétricos, pois, acreditar e conhecer no status radical lacaniano do
Grande Outro, esse primeiro é instituição simbólica na qual “acreditar não é
conhecimento”, já que acreditar é simbólico e o conhecimento é real. O Grande
Outro envolve e religa a confiança, assim, acreditar é sempre uma reflexão
mínima, que também significa, “um acreditar no acreditar do outro”. Quanto ao
conhecimento, este é precisamente o “não conhecimento sobre o fato que outro
conhece”. Por essa razão, eu posso acreditar através do outro, mas eu não posso
conhecer através do outro, ou seja, o que o outro está propenso a conhecer, eu
não posso conhecer através dele.
Nós necessitamos em esquematizar
o Outro como na “Religião ou na Ética” fundamentalista para seguir unicamente
um caminho? Acreditar é ver sempre a função de “aproximar aquilo que está
distante”, numa ordem do acreditar, que afirma existir alguma garantia para a
mesma.Uma garantia que é sempre diferente, deslocada e não presente. Como então
acreditar ser possível? Como é esse circulo vicioso que conclui o acreditar? O
ponto, claramente lógico, é aquele que o sujeito acredita diretamente, sem
necessitar que exista de verdade, e o sujeito passa a operar. È suficiente que o sujeito
pressuponha a existência e simplesmente acredite nela.
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