Prof. Joaquim Luiz Nogueira
A
educação de uma criança pode ser comparada a uma bexiga de festa, essa última,
é capaz de trazer alegria a um ambiente, é bonita e desperta o interesse de
todos pela leveza flutuante, que uma vez organizadas no salão, transmitem cores
diversas e alegria aos participantes de qualquer evento, desde um aniversário
até uma inauguração de loja.
Mas,
se elas estiverem livres no ambiente, ao sabor das correntes de ar, do vento
soprado pelos ventiladores e do toque das mãos das pessoas, logo podemos
imaginar alguns transtornos, tais como, estouros estridentes, convidados se
retirando do ambiente, sujeira por toda parte, desordem, tumulto, gritos e
indivíduos aflitos.
As
bexigas de festa possuem a capacidade da espontaneidade, isto é, costumam se
movimentarem ao sabor do vento. São de natureza livre, caso encontre uma
corrente de vento favorável, saem por uma janela, descem uma escada ou se
aproximam demais de uma vela. As reações das pessoas costumam ser na maioria
das vezes, a de se manterem as afastadas destes balões, principalmente de seus
ouvidos, pois são lindos, desde que de longe. É algo que significa alegria, brilho,
felicidade e emoção a partir de certa organização ou arranjo.
Todas
as crianças tornam-se linda, desde que educada. E educar significa limites, que
cada cultura, cada família, cada sociedade reconhecem como ideais. Vossas
excelências Senadores (as) deveriam respeitar o direito de cada pai e de cada
mãe para escolher a melhor forma de educar seus filhos, pois a experiência nos
mostra muito bem, trata-se da única esperança de que nossos filhos possam
significar um dia, alegria e orgulho dentro e fora dos lares.
Se
a preocupação é com os traumas, pensem sobre as condições que vivem os
brasileiros, diante da falta de emprego e dos baixos salários, que obrigam pais
e mães de família a saírem de madrugada de casa e voltarem por volta das 22
duas horas em seus lares. Uma luta para trazer o mínimo para seus lares.
Essas
crianças sendo criadas apenas por comida, não precisam só de comida. Elas buscam
também aquilo que os Titãs cantavam:
A
gente quer comer
E
quer fazer amor
A
gente não quer só comer
A
gente quer prazer
Prá
aliviar a dor
Sem
pais e sem mães no lar, o dia fica muito grande para as crianças pobres, que
não contam com babás selecionadas como possuem vossas excelências
Senadores(as). Esses filhos dos pobres são educados ao sabor dos ventos nas ausências
de seus responsáveis, ora diante da televisão, ora no vídeo game, ora no
computador, ora na rua, ora nas casas dos vizinhos.
Suas
moradias, na maioria das vezes em áreas vulneráveis, seus filhos estão ficam a
mercê de todo tipo de orientação, desde a felicidade prometida pelas drogas até
os conselhos de vossas excelências aos pais para que eduquem os filhos sem
provocar constrangimentos. Pobres famílias, pobres crianças, abandonadas pelas
condições sociais em que vivem, estão condenadas como bexigas de festas, a
buscar rumos no caos. Muitos terão sorte, porém muitos serão tragados por
correntes de ar que levarão ao fogo da vela.
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