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domingo, 8 de maio de 2011

O segredo da libélula


Joaquim Luiz Nogueira
Porque sou exemplo de sobrevivência?

Em primeiro lugar, gostaria de dizer que, por não confiar em uma única estratégia, minhas asas são duplas. E pelo desenho das mesmas, todos podem ver que não tenho também muita preocupação com a uniformidade ou coisa do tipo como ordem, beleza etc. O que interessa é a sobrevivência de meu modo de viver e para isso, minhas asas mostram uma estrutura forte, que mesmo sem uma bela estética, já que misturam formatos que vão desde retângulos até triângulos, ou seja, conservei tudo que aprendi ao longo dos anos.
As reformas em meu corpo não jogaram fora o que o tempo me ensinou, isto é, tudo o que era importante meu corpo acrescentou sem desvalorizar as versões mais antigas. É claro, não sou um inseto símbolo da beleza, mas da resistência e da luta. Com o passar dos anos, meus olhos tornaram-se muito eficiente, e que, por também não confiar na primeira impressão, desenvolvi centenas de pequenos olhos em minha visão.
Mas por minha aparência sofrida, porém muito sábia, não me consultam quando resolvem fazer mudanças em meu mundo, preferem seguir como modelo aquilo que é belo, perfumado, barato, frágil, engraçado, divertido, lucrativo e temporário. Dessa forma, passo por todos sem ser notado, pois não inspiro a juventude com minha aparência e para sobreviver tenho que trabalhar tanto, que me alimento enquanto estou em vôo e se parar, passo fome. Mesmo assim, sou exemplo de luta e coragem nos lugares onde vivo.

Um comentário:

  1. A fascinação com coisas ilusórias do nosso interior nos leva a considerar o que é ilusório no exterior. Cada pessoa tem sua sabedoria pessoal, alguma experiência forte que é só dela mesma e, portanto, tem muito a ensinar, mesmo que seja um analfabeto. Cada um tem um universo dentro de si. "Como é em cima, é embaixo", disse Hermes Trimegisto, segundo muitos o maior ser que pisou nessa Terra, depois de Jesus Cristo.

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