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terça-feira, 30 de maio de 2017

Escola Faz Tudo


Joaquim Luiz Nogueira 

Na minha profissão como historiador e  pedagogo, não há como não reagir a esta Colunista, Rosely  Sayão, psicóloga renomada, que de vez em quando resolve escrever sobre "O Papel da Escola". Concordo que a escola nos últimos anos vem se transformando em uma espécie de "Faz Tudo", isto é, estão jogando para esta instituição, a missão de servir como laboratório de crianças, adolescentes e jovens, cujo objetivo de muitos observadores, entre eles, os psicólogos, conselheiros, promotores, juízes, políticos, e outros, permanecem apenas fazendo estatísticas de quantos problemas a escola pode revelar a esses teóricos de  plantão e a partir daquilo que observam, começam a traçar novas teorias que possam, talvez, assegurar os propósitos políticos e financeiros daqueles que comandam os rumos desta nação, segundo interesses, muitas vezes, próprios ou de grandes empresas capitalistas nacionais e internacionais. 

No filme de Ficção Científica Interestelar, O responsável pela escola diz ao pai fazendeiro que seu filho, de acordo com as notas escolares, seria fazendeiro como o pai. O responsável questiona seu pai (avô do garoto) sobre o porquê desta geração não possuir os mesmos sonhos de mudança do mundo que ele compartilhava na sua época! A resposta do avô foi - "Tem gente demais no mundo", não há alimentos para todos, então, o governo deve apontar o que as pessoas precisam fazer. 

Voltemos ao papel da escola, que para os professores já formados em disciplinas específicas, sua função é de ensinar Português, Matemática, História, Geografia etc. No entanto, os governantes que usaram os impostos de forma indevida nos últimos anos e não sobrou custeio para saúde, educação e segurança do povo,consequentemente, gerou desemprego e baixos salários, logo,  seria melhor que a escola mediasse a fome via merenda e cuidasse das crianças, adolescentes e jovens em tempo integral, pois assim, seus progenitores, teriam mais tempo para fazer todo tipo de empreendimento para sobreviverem sozinhos, sem ajuda do Estado. 

Dizer que a escola tradicional que ensina as disciplinas básicas deve fechar as portas, em nome de supostos bancos de dados  oferecidos pela internet, seria uma solução ingênua, que o filme Interestelar, também nos oferece um exemplo, quando o piloto pergunta para seu super computador da nave, qual seria a escolha certa? Ele responde, sou uma máquina, portanto, quem comanda é um ser humano. E quem são  os humanos e os interesses que disputam espaços virtuais na internet?

Mesmo que as crianças comecem muito cedo na escola, terceirização da educação básica dos filhos pela escola, pela rua, pelos amigos, não vai capacitá-los para o mundo do trabalho. Essa função deve ser orientada pelos genitores e caso estes, não tenham condições psicológicas, morais, estruturais, entre outras, para esta missão, o Estado deveria assumir a educação básica desta criança em instituições especializadas. 
Existe uma grande diferença entre alimentar uma criança e educar a mesma para o mundo do trabalho. Enquanto o trabalho cobra horários, esforço, honestidade, iniciativa, etc. A escola não consegue nem se aproximar destes valores, pois, o imperialismo infantil, estruturado por lei, impede qualquer tentativa neste sentido, já que a criança, o adolescente e jovem menor de idade dita suas vontades e desejos em todos os contextos sociais. 

Sinceramente, a escola  só falta  mesmo fechar suas portas, pois não conta com estrutura física satisfatória, falta funcionários, professores e a maioria dos alunos não conseguem ler nem mais um filme legendado. Neste sentido, tudo indica que a sociedade não precisa mais das escolas, então porque ainda estão abertas? Talvez, as pessoas que possuem filhos matriculados não sabem como  se encontra a escola do "faz tudo" ou do "pouco faz". 





segunda-feira, 8 de maio de 2017

Prioridade do aluno na cultura da escola pública


Joaquim Luiz Nogueira

O espaço externo da escola, também  forma a cultura dos estudantes. Nele, forma e espaço são a mesma coisa, isto é, o adolescente, o jovem representa em sua aparência de pele, vestimenta e palavras, os aspectos do poder do bairro, da vila, do morro, da rua entre outros.
Sua forma de andar, falar e dar forma ao mundo em seu entorno, corresponde aos valores e símbolos que o alimentam. Seus dizeres estão na forma como anda, senta, grita ou se alimenta. A maneira deles irem adiante é a observação daquilo que está apenas na sua frente, ou seja, qualquer coisa que ele tenha desejo de adquirir.
No caso desta clientela, toda decisão passa primeiro pela forma e depois vem o tipo de papel, exigido para obter a preciosa condição almejada. É neste aspecto que também trabalha o grande capital e sua aliada chamada de “mídia”, a ideia é apagar o passado e mirar apenas naquilo que se interessa para que mais venda e consumo aconteçam.
A estilista japonesa, Rei Kawakubo, defende esta primazia das formas em suas criações a partir de 2014.