Joaquim Luiz Nogueira
Do alto, podemos ver uma
antiga fazenda de café, cuja estrutura do terreiro e a tulha, na qual se destaca,
uma ponte de madeira, caminho usado pelos trabalhadores na função de jogar o café seco da parte superior da
construção, estratégia usada em outras fazendas e sítios pela cultura cafeeira
do final do século XIX e início do século XX.
Neste local, a visão se
perde entre nuvens, montanhas e imaginação. O colorido do céu contrasta o
branco, o azul e o cinza em uma única tarde, paisagem relaxante no alto da
montanha, um convite para imaginação no silêncio que nos interroga.
As montanhas possuem a
capacidade para nos dar a ideia de “centro”, toda vez que escalamos, assim que
chegamos ao topo, sentimos a sensação de
estarmos no centro, então, olhamos no entorno e para o alto, em seguida,
começamos a refletir sobre o lugar que ocupamos nesta geografia de altos e
baixos, cujo horizonte esgota qualquer possibilidade de falar sobre o que está
além das montanhas.
Na escarpa da montanha,
grama rasteira e árvores se agarram com suas raízes na busca da sobrevivência,
olhamos para o formato dos galhos, parece que obedecem a uma hierarquia na
forma de um guarda-chuva, cujo objetivo seria uma boa sombra, talvez, para
homens e animais que também escalam a montanha.
E do alto podemos ficar
próximo das aves que voam, nesta região, as mais comuns são os urubus e os
gaviões. Estes pássaros fazem vigilância das encostas, pois sabem que as
montanhas servem de abrigo a muitas outras aves e animais, mas também oferecem
grutas e ocas para construções de ninhos em lugares protegidos. Essas aves de
rapinas tem seus voos alternados entre o
solo e as nuvens, cujas correntes de ar, facilitam o equilíbrio nas alturas e
colocam tais aves em posição privilegiada em relação aos possíveis alimentos que se
movem na superfície.