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quinta-feira, 10 de maio de 2012

A visão estratégica da aranha


 Prof. Joaquim Luiz Nogueira


       Para aproveitar todo o espaço, sua metodologia de trabalho se inicia com o reconhecimento do local, isto é, altura do solo, formato da teia e o que deseja capturar. Todas essas estratégias são traçadas  com antecedência e a cada círculo fixado, o aracnídeo sente a necessidade de fazer outro e outro.
      Depois de finalizada sua armadilha no silêncio da noite, já que o elemento surpresa é sua principal aposta para o êxito, alguns contratempos podem ocorrer, tais como, gotas de orvalho que possam se agarrar nos fios e sinalizar perigo para os desavisados, assim como, o voo de  pássaros,  mais também,  mamíferos que possam cruzar o local e acabar com todo o seu esforço.
      Tais contratempos são respondidos pela persistência, que a cada furo ou buraco em sua estratégia, de forma instintiva, todo seu sistema nervoso é mobilizado para corrigir a falha ou mudar a estratégia, mais nunca para tentar matar o pássaro ou o mamífero, que destruiu sua maneira de sobreviver. 
        A aranha começa do zero quantas vezes precisar ou enquanto  sua vida pulsar. Ela não tenta mudar seu corpo e nem  a  matéria prima para sua construção, porém, sua força, coragem, iniciativa e persistência nos provocam algumas reflexões:
- Porquê na maioria das vezes que seu trabalho foi destruído, sua ação era de consertar imediatamente o buraco, sem abandonar a teia? Talvez, em sua percepção aracnídea, já estava previsto que seu sucesso dependia da luta contra os imprevistos.

    Tudo indica que a aranha sabe o quanto é difícil sobreviver em meio à natureza, pois seu corpo é fraco em relação às tempestades, sem contar outras criaturas que ignoram seu modo de viver. E para enfrentar aquilo que não tem como mudar, sua estratégia foi tornar-se flexível:
-  Se a tempestade é maior que sua força, ela se deixa levar para ouros espaços e aproveita para conhecer novos problemas; 
-  Se animais ou pássaros rasgam sua teia, o conserto já estava previsto; 
- Caso, um inseto venenoso venha cair em sua armadilha, ela está preparada para reconhecer e isolar o perigo, pois sua teia pode ser cortada e reconstruída;
- se o alimento não chega, ela tem reservas para esperar dias melhores;
Conclusão
        A aranha não trabalha contra forças que não pode vencer. Ela se adapta rapidamente aos problemas, tendo como agir de forma precisa, isto é, faz o que é necessário naquele momento. Após muitos registros, ela decide se deve ou não mudar o lugar de sua armadilha.
      A flexibilidade de sua metodologia ajuda na sobrevivência, pois, se ela tentasse enfrentar fisicamente seus inimigos, sua vida seria muito breve na natureza. Desse modo, primeiro a aranha percebe o peso daquilo que invadiu o seu espaço e decide entre ficar observando, atacar ou até mesmo correr.  
      A sobrevivência do aracnídeo  depende da força que tem para reconstruir quantas vezes for preciso. Enquanto lhe restar vida, sua forma de existência lhe exigirá iniciativa, persistência e flexibilidade.  

Um comentário:

  1. A natureza da aranha é uma metáfora que se consideraria perfeita como estratégia para solucionar alguns problemas nas escola públicas.Parabéns pelo texto!!!

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