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domingo, 10 de agosto de 2014

Mundo digital e a realidade programada


Joaquim Luiz Nogueira 

O mundo digital oferece uma realidade programada, cuja profundidade das imagens são apenas arranjos na qual, os usuários não costumam prestar atenção e nem investigam para deduzir  que se trata de fachadas, já que o programador o considera como um ser limitado, que não irá questionar o fato de não poder também construir aquilo que está lendo ou jogando.
A realidade digital desenha o que na opinião do programador seria importante para seu possível público tomar consciência e o direciona para prestar atenção somente àquilo que aparece na tela do computador, celular, andróide; etc.  A luminosidade do aparelho guia o usuário com alertas e links que criam uma espécie de mundo perfeito, lógico e fácil, que dificulta a reflexão ou a comparação com a realidade incompleta das pessoas.
No entanto, as sublimações dos usuários nessas realidades virtuais desconectam os mesmos de suas realidades e os prendem numa órbita de relações idealizadas, e essas, provoca distanciamento de práticas necessárias e construtivas da estrutura humana, tais como, conhecimento, letramento, oportunidades, espírito critico; etc.
A sobrevivência no mundo real depende  de saber aproveitar as oportunidades e a construção de projetos promissores em curto, médio e longo prazo. Pensar o antes e o depois na realidade  é um pouco diferente do “delete” ou “Ctrl Z” No mundo digital o erro e até a morte pertence a interpretação dada por um suposto programador, na maioria das vezes essas situações são colocadas como normalidades.
O fato de o programador escolher o que o usuário pode ou não fazer, já é uma aberração das virtualidades. O participante depende das condições oferecidas pelo programador para poder atuar, mesmo assim, ele se considera livre para decidir onde clicar, quantas mensagens devem enviar, que sistemas devem invadir ou imaginar como essas tecnologias podem mudar sua vida.
Essa liberdade virtual é construída por grandes empresas globais, cujos interesses, vão muito além do sorriso de uma criança com seu primeiro celular. O pano de fundo desta mega operação tecnológica, já iniciada pelos meios de comunicação de massa no século XX, agora busca os anseios de um mundo  construído  a partir da  infância, e que,  em vez de contos de fadas, os equipamentos apresentam realidades guiadas pelo dinheiro e não  mais por valores do bem e do mal.

De pose de um celular, computador, andróide, TV digital e outros, as crianças se sentem inseridas no mundo virtual. Lá estão os amigos(as) e no entendimento deles, tudo o que precisam para serem felizes, bastam estar conectados. Aqueles que estão fora deste mundo virtual, pai, mãe, professor, são estranhos, ou seja, não são capazes de entendê-los, apenas tem importância, quem faz parte de seu mundo virtual.