Joaquim Luiz Nogueira
O
mundo digital oferece uma realidade programada, cuja profundidade das imagens
são apenas arranjos na qual, os usuários não costumam prestar atenção e nem
investigam para deduzir que se trata de
fachadas, já que o programador o considera como um ser limitado, que não irá
questionar o fato de não poder também construir aquilo que está lendo ou
jogando.
A
realidade digital desenha o que na opinião do programador seria importante para
seu possível público tomar consciência e o direciona para prestar atenção
somente àquilo que aparece na tela do computador, celular, andróide; etc. A luminosidade do aparelho guia o usuário com
alertas e links que criam uma espécie de mundo perfeito, lógico e fácil, que
dificulta a reflexão ou a comparação com a realidade incompleta das pessoas.
No
entanto, as sublimações dos usuários nessas realidades virtuais desconectam os
mesmos de suas realidades e os prendem numa órbita de relações idealizadas, e
essas, provoca distanciamento de práticas necessárias e construtivas da
estrutura humana, tais como, conhecimento, letramento, oportunidades, espírito
critico; etc.
A
sobrevivência no mundo real depende de
saber aproveitar as oportunidades e a construção de projetos promissores em
curto, médio e longo prazo. Pensar o antes e o depois na realidade é um pouco diferente do “delete” ou “Ctrl Z”
No mundo digital o erro e até a morte pertence a interpretação dada por um
suposto programador, na maioria das vezes essas situações são colocadas como
normalidades.
O
fato de o programador escolher o que o usuário pode ou não fazer, já é uma
aberração das virtualidades. O participante depende das condições oferecidas
pelo programador para poder atuar, mesmo assim, ele se considera livre para
decidir onde clicar, quantas mensagens devem enviar, que sistemas devem invadir ou
imaginar como essas tecnologias podem mudar sua vida.
Essa
liberdade virtual é construída por grandes empresas globais, cujos interesses,
vão muito além do sorriso de uma criança com seu primeiro celular. O pano de
fundo desta mega operação tecnológica, já iniciada pelos meios de comunicação
de massa no século XX, agora busca os anseios de um mundo construído a partir da infância, e que, em vez de contos de fadas, os equipamentos
apresentam realidades guiadas pelo dinheiro e não mais por valores do bem e do mal.
De
pose de um celular, computador, andróide, TV digital e outros, as crianças se
sentem inseridas no mundo virtual. Lá estão os amigos(as) e no entendimento
deles, tudo o que precisam para serem felizes, bastam estar conectados. Aqueles
que estão fora deste mundo virtual, pai, mãe, professor, são estranhos, ou
seja, não são capazes de entendê-los, apenas tem importância, quem faz parte de
seu mundo virtual.