Joaquim Luiz Nogueira
Ao passarmos pela Avenida
Pompéia em São Paulo, essa construção se destaca pela semelhança as obras
magníficas da Mesopotâmia Antiga, pois, olhando da calçada, lembra os zigurates
e os jardins suspensos mesopotâmicos.
Outra casa que merece
destaque ao nosso olhar, retratada logo abaixo, possui uma linha no formato de
( L ) deitado, tendo ao fundo, uma
gigante antena de comunicação.
Prosseguindo na Avenida Pompéia nos
deparamos com antigos casarões ou palacetes, cuja arquitetura, pode incluir
desde a coluna neoclássica, janelas e
portas em arco romano, traços
renascentistas até os floreados da Art Nouveau.
As janelas em arco romano, colunas gregas em Estilo
Dórico e abaixo delas um conjunto de florais da Art Nouveau, cujo centro, temos
o formato de um coração, fechado na extremidade inferior e no alto uma concha,
símbolo preferido desta arte nas fachadas, fecha o desenho, juntamente com
pequenas rosetas, rodeadas por ramos curvilíneos.
Em umas das esquinas, encontramos uma
bela arquitetura de janelas grandes, muito comum nas construções neoclássicas do
início do século XX no Brasil, mas o que se destaca mesmo são os símbolos de Art
Nouveau, logo abaixo do telhado.
Veja o detalhe na imagem abaixo, temos um símbolo de (M) sobreposto com
duas letras no centro, cercado por uma forma floral Art Nouveau, com uma concha
abaixo e outra no topo, sendo o conjunto envolvido por uma guirlanda de
rosetas. A guirlanda também era um elemento muito usado nas fachadas das casas
e túmulos nas construções do final do
século XIX e início do século XX no Brasil.
Logo abaixo, podemos ver de
frente a guirlanda, que na foto de cima, aparece claramente, mas olhando na
posição frontal, vimos apenas as rosetas sustentadas por galhos, destacando
entre eles uma espécie de “brasão
familiar” . Segundo algumas lendas da época da deusa da vegetação, da mesma
linha da coroa de folhas de louros da Grécia Antiga, a guirlanda era uma espécie de portal, que
colocada na entrada de uma casa,
oferecia a eternidade aos seus moradores.
E ainda na Avenida Pompéia,
uma imagem que de longe chama atenção do pedestre, uma cúpula se destaca em
meio aos edifícios da segunda metade do século XX, destinados a moradias e
escritórios da grande metrópole, que nos anos 20, quando a Igreja surgia, ela
predominava certamente neste cenário com sua arquitetura de traços jesuíticos e
janelas no formato de rosáceas.
No farol da Avenida Pompéia, o sinal vermelho alerta o
pedestre e o motorista para a beleza da arquitetura eclética da fachada dessa
Igreja, que concentra uma riqueza de detalhes artísticos, históricos e
simbólicos, cujos mais significativos destaco logo a seguir:
No alto, temos a imagem da Santa que dá
nome a Igreja, com seu manto azul e veste branca, contrastando com as cores do
céu e sob uma coluna de estilo grego jônico,
sustentada pelo arco romano, símbolo de força e poder. Mais abaixo, outro
friso e ancorado por quatro colunas no
modelo citado acima e entre elas, a grande roseta. Muito comum nas catedrais europeias cujo significado, não tratará aqui, mas trata-se de um símbolo usado
desde a época dos Faraós do Egito.
Abaixo da Roseta central da
fachada, temos uma espécie de ângulo (cunheira), cortado em linha reta na parte
inferior, traço arquitetônico usado as vezes para definir algumas construções jesuíticas
pela simplicidade e outras pela racionalidade moderna do começo do século XX. Mas
o que chama atenção é o símbolo situado no centro deste formato. Ali temos outro
triângulo com o desenho de olho em seu interior. Veja abaixo:
Este símbolo que as vezes é
chamado de “olho que tudo vê”
encontramos também em outras Igrejas, entre elas, podemos citar a Catedral do
Olho da Providência, localizada na Argentina, veja imagem abaixo, embora o olho
desenhado é usado desde o Egito Antigo e em cada época, teve seu significado,
mas não cabe a discussão nesse momento.
E para
terminar o passeio na Av. Pompéia, a imagem deslumbrante de dois edifícios, que
mesmo diferentes, parecem representarem a ideia dos anos 30, quando eram
conhecidos como Arranhas Céus.