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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Dom Quixote e o professor: uma missão fora do tempo

Foi então que se depararam: o professor e mais 30 ou 40 alunos em uma sala de aula, todos retidos por abandono no ano anterior da 1ª série do Ensino Médio. Ao vê-los, disse o mestre ao seu superior imediato:

_ Ali estão, Senhor, trinta desaforados dos grandes, ou pouco mais, aos quais vou trabalhar tentando lhes ensinar. Tomarei deles as lições e começaremos aprender juntos.

_ Que alunos? _ indagou o superior imediato.

_ Aqueles que estão ali, todos ávidos pelo saber.

_ Veja bem, caro professor, aquilo não são alunos desaforados e sim, estudantes com muitas dificuldades de aprendizagem. E o que você pensa ser fácil, na verdade são alunos com problemas diversos.

_ Já se vê que não és versado nestas aventuras _ disse o professor _ Esses na sala de aula são grandes potenciais e, se está com medo, afasta-te e te põe a rezar, enquanto travo com eles uma discussão fervorosa sobre o saber.

Mal disse isto, pegou seus livros, apagador e giz e, de mapa na mão, caminhou em direção aos supostos desaforados, conclamando-os a não saírem da sala. Como era início de período, uma grande quantidade de alunos se movia nos corredores. Evocando seu diploma, o professor precipitou-se em direção aos alunos e bateu seu apagador na lousa que o som foi longe: o pó se espalhou e o giz de sua mão dividiu-se em pedaços que caiu ao chão aos trambolhões. O superior imediato, que estava no corredor, correu acudi-lo mas, ao aproximar-se, viu que ele não podia nem se mover, tamanho havia sido o golpe na lousa em busca de atenção dos alunos.

_ Não disse a você que não era fácil trabalhar com eles _ falou o superior imediato.

Ao que o professor retorquiu:

_ Cala-te, senhor, pois ignoras que as coisas do ensino, mais que as outras, estão sujeitas a contínuas mudanças. Com certeza, foram outros professores que transformaram esses alunos em repetentes só para me desmoralizar.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

A teoria da cobra Sucuri


Joaquim Luiz Nogueira

Após um dia de trabalho com jornada de gestor e professor, cheguei em casa por volta das 23 horas e como a mente ainda estava perturbada com problemas de escola, enquanto tentava apagar os acontecimentos do dia, comendo algumas frutas retidas da fruteira, liguei a televisão e me sentei no sofá. Surgiu na tela um documentário sobre cobras venenosas, que neste momento falava sobre a cobra sucuri na região amazônica.
Neste momento, o aventureiro e especialista em cobras buscava mostrar a captura de uma cobra desta espécie, que tivesse como medida mais de 6 metros. E depois de capturar várias sucuris pequenas que não passavam de 4 metros e meio, alguém disse para ele que nas regiões do alto amazonas, ele poderia encontrar as grandes cobras pretendidas.
Desse modo, ao se deslocar para a região indicada, o aventureiro busca outros especialistas para fazer a seguinte pergunta: porque com tantas cobras sucuris já encontradas no Baixo Amazonas e com idades de 20 anos ou mais, questiona o aventureiro, elas não crescem mais e por quê?
A resposta foi filosófica, pois segundo o especialista, as sucuris do Baixo Amazonas não crescem até atingir 6 metros ou mais porque a sua alimentação é farta e no tamanho que não necessita crescer mais do que 5 metros para engolir. No entanto, no alto Amazonas, a comida é mais escassa e os animais que fazem parte do cardápio são maiores, o que necessita crescer mais para engolir.
E isso explica como funciona a natureza, se o alimento chega a sua mesa com facilidade, não há necessidade de esforço para evoluir.  O contrário, se o alimento está difícil, a natureza cobra evolução e esforço. 

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Na web, anúncio ‘persegue’ usuário

Tecnologias identificam perfil do consumidor para exibir publicidade dirigida.

Você entra em um site de comércio eletrônico pensando em adquirir um produto – uma camisa, por exemplo. Mas por algum motivo, desiste da compra e abandona a loja on-line. Horas mais tarde, enquanto navega em um site completamente diferente, aparece na página o anúncio da camisa. Você se surpreende com a aparente coincidência – e ficará ainda mais surpreso nos próximos dias, quando o anúncio voltar à sua tela inúmeras vezes, em sites variados, enquanto você confere a previsão do tempo ou revê os gols do seu time.
Esse é só um exemplo do que são capazes as novas ferramentas tecnológicas orientadas ao marketing – softwares que analisam o perfil do consumidor e usam seu histórico de navegação na tentativa de exibir aquilo que ele estaria mais interessado em consumir. Em boa parte dos casos, não há nenhuma pessoa por trás desses movimentos. O aparato é executado automaticamente por computadores, em operações de compra e venda de anúncios que lembram o frenesi do mercado financeiro.
Os programas fazem sucesso entre agências de publicidade, mas são concebidos nos laboratórios das empresas de tecnologia. “É um mundo muito mais de engenheiros do que de publicitários”, diz Marcelo Lobianco, vice-presidente executivo do Interactive Advertising Bureau (IAB), uma das principais organizações internacionais de mídia digital.
À medida que a internet crescia e ficava mais complexa – hoje, dois bilhões de pessoas acessam a web de PCs, tablets e celulares no mundo – ficou claro que a cadeia da publicidade tradicional, formado por anunciantes, agências e meios de comunicação, não era mais suficiente para compreender e satisfazer os anseios do consumidor, diz Alessandro Gil, diretor da Rakuten Marketing, divisão do grupo japonês de comércio eletrônico voltada à publicidade na internet. Era preciso recorrer aos grupos de tecnologia para criar softwares capazes de tornar o processo de compra mais eficiente.
O resultado dessa tendência, que ganhou força nos últimos três anos, é que a cadeia da publicidade passou a ter mais de 20 elos diferentes, com os personagens tradicionais passando a conviver mais com companhias que capturam de dados do internauta, traçam padrões e perfis, ou compram e vendem espaço digital, entre outras.
São três os elementos básicos na composição dos programas: o uso de dados coletados dos computadores, ou “cookies”, que fornecem informações sobre o comportamento do internauta; as fórmulas matemáticas, ou algoritmos, que fazem a análise das informações, e os sistemas de correlação entre diferentes fontes de informação.
A empresa brasileira Adtrade foi criada há quatro meses para vender anúncios em tempo real, o chamado “real time biding” (RTB). Quando um internauta acessa um portal, a página envia para a Adtrade informações sobre os espaços disponíveis para anúncios e o perfil de quem está na página. Os sistemas checam se algum anunciante tem interesse no site, sob aquele perfil de consumidor, e faz um leilão virtual do espaço. O anunciante que der o lance mais alto exibe seu anúncio. Tudo é feito automaticamente, em uma fração de segundos, milhares de vezes por dia.
A Adtrade foi fundada com recursos do fundo alemão Project-A, que investe em companhias de internet quando elas ainda são apenas ideias. O valor do aporte não é revelado. O projeto foi desenvolvido por Fernando Galender e Robson Del Fiol, de 28 e 32 anos, ambos com experiência na área de sistemas de análise de dados. Nenhum dos dois sócios passou por agências de publicidade.
Segundo Del Fiol, os alvos da Adtrade são empresas de comércio eletrônico de pequeno e médio portes, fornecedores de serviços on-line e companhias que vendem para outras empresas. “O RTB representa cerca de 1% da publicidade feita em banners e outros elementos gráficos na internet no Brasil. Há um potencial muito grande a explorar”, diz Galender.
No Brasil, a publicidade on-line tem avançado nos últimos anos, mas ainda enfrenta resistência. Diferentemente da Europa e dos Estados Unidos, no país as agências publicitárias são responsáveis pela compra de espaço para anúncios, o chamado bônus de veiculação, ou BV. Na publicidade digital, o pagamento de BV tem um apelo menor, já que a compra de espaço geralmente é feita por meio de pregões virtuais. A expectativa de especialistas é que a internet ainda levará alguns anos para alcançar uma fatia relevante do mercado brasileiro. No ano passado, o movimento da publicidade na web foi de R$ 4,5 bilhões, o equivalente entre 10% e 12% do mercado total, segundo o IAB. A projeção para este ano é de R$ 6 bilhões.
Enquanto o mercado se acomoda, empresas como a Tail Target, criada há dois anos para criar perfis de internautas e vendê-los aos anunciantes, já sonham com mercados internacionais. “Nada impede que eu expanda minha atuação para a América Latina, por exemplo. Trata-se de um jogo global, que se baseia no volume, na escala”, diz Cristiano Nóbrega, cofundador da companhia. A Tail Target está em busca de investidores para acelerar seu crescimento.
Segundo Fernando Tassinari, diretor de vendas para América Latina da Turn, companhia americana que opera nos mesmos moldes da Tail Target, uma das vantagens do modelo é o baixo custo operacional. Quase 80% do trabalho é feito de forma automatizada. A interferência humana é necessária apenas para tomar decisões como a necessidade de o anunciante redirecionar seus investimentos em um determinado site depois que uma campanha publicitária entra no ar.
A sofisticação tecnológica empregada pela publicidade na internet levanta uma questão importante: a privacidade do internauta. As empresas do setor afirmam que o usuário não é identificado diretamente pelas informações coletadas de seu PC. Ou seja, sabe-se qual o hábito de consumo de uma pessoa, mas não quem ela é. Mesmo assim, reconhecem os executivos do setor, ainda é preciso discutir regras mais claras para definir limites éticos.
Enquanto isso, o internauta pode se precaver. Uma sugestão é desabilitar a opção de salvar cookies no navegador de internet. Outra é solicitar a empresas como a TailTarget e a Turn que não rastreiem suas máquinas. Não é um expediente fácil. Em tese, o consumidor precisaria bater em várias portas para evitar a prática, mas, segundo as companhias, os pedidos são sempre atendidos.

domingo, 3 de novembro de 2013

São Manuel no olhar de um historiador

Em 03 de Novembro visitei a cidade de São  Manuel (SP) próximo de Botucatu e conta com uma arquitetura  histórica do início do século XX. 
















terça-feira, 22 de outubro de 2013

Autores Free: uma proposta para futuros autores de livros


O site   http://www.autoresfree.com.br/ é uma iniciativa brilhante para escritores  iniciantes colocarem seus títulos a disposição de públicos maiores, que proporciona aos futuros autores oportunidade para começar sem grandes custos, já que trabalha apenas com autores editores. Desse modo, caso a pessoa interessada necessite de orientação sobre como ser um(a) editor/autor, o site também pode ajudá-lo(a) com informações sobre o assunto.
O site tem como idealizadores, professores mestres e doutores, que também são autores de livro, e portanto, reconhece as dificuldades encontradas entre a elaboração de um livro e a sua publicação e podem ajudá-los(as) com dicas para iniciantes.
    O site oferece aos interessados em vender suas obras nesta loja de autores uma proposta inovadora, isto é, o futuro autor(a) envia para o depósito da loja  http://www.autoresfree.com.br/  alguns exemplares de sua obra, que uma vez comercializado o site se responsabiliza em repassar para os autores o depósito bancário, descontado os 5% do pague fácil e 10% do valor do livro para despesas da loja virtual,.

  A proposta é inovadora para futuros autores, pois além da divulgação de suas idéias, o site trata com profissionalismo os direitos autorais dos futuros autores.  

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Uma leitura da imagem da profissão de professora no banner do concurso


Prof. Joaquim Luiz Nogueira 

      A imagem da Professora no anúncio mostra o perfil de uma profissional devotada, cuja luz que irradia de seu corpo sob uma névoa branca, envolve sua aluna de cabelos longos, adolescente, que  segura a caneta firmemente e com os olhos fixos no exercício, tendo a mão da professora muito próxima, quase junto a caneta. Atitude que mostra habilidade para conduzir e acompanhar a tarefa que ela destinou para sua aluna.   
   A dedicação da professora exibida na imagem, cujo olhar se prende a tarefa de ensinar, enquanto parte de seu cabelo se desprende do arranjo, que, movidos pelo esforço continuado da missão de acompanhar cada passo da escrita da aluna com seus  dedos, os braços ilustram uma pele já cansada e as veias que saltam como resultado de uma vida dedicada ao magistério.
   Por outro lado, a aluna de cabelos longos, mesmo com o olhar fixo a sua tarefa, deixa escapar nos lábios a simulação de um sorriso, emoção vinculada a satisfação de aprender com o apoio de uma professora tão dedicada, cuja mão esquerda parece esconder o seu relógio, pois o tempo se anula diante do interesse da aluna. 
   A metodologia de ensino individualizada, com atendimento na carteira da aluna, valorizando as competências leitoras e escritoras a partir da aproximação afetuosa da professora de semblante experiente e concentrada no objetivo da aprendizagem. O caderno e o livro sobre a carteira demonstram o uso de mais que uma ferramenta no auxílio da tarefa e mesmo assim, esse material não dispensa a presença da mestra na produção do saber.   

  Paralelo a mão da professora que ajuda no ensino, do outro lado, está a bandeira do Estado de São Paulo, também junto a carteira da aluna, logo próxima da mão da aluna, sugerindo uma parceria na aprendizagem. Desse modo, ao lado, a profissão que exige profissionais com essa dedicação, “abre inscrições para o maior concurso de professores da história”. Se você tem esse perfil  dedicado, faça sua inscrição.   

sábado, 7 de setembro de 2013

Uma leitura semiótica das fachadas das igrejas de Botucatu

     A arquitetura das Igrejas da cidade de Botucatu, cujas construções pertencem em sua maioria a primeira metade do século XX. Trata-se de majestosas obras históricas e manifestam os pensamentos predominantes nas primeiras décadas da República no Brasil, que segundo Gilberto Freyre “... um período de crescente desvalorização, dentro da própria Igreja, das tradições brasileiras  de arquitetura e de arte eclesiásticas; e de exagerada valorização não só do gótico como de italianismos e francesismos (...) (FREYRE,p.598, 1959).
   E por falarmos no estilo gótico, a Igreja Presbiteriana de Botucatu, que de acordo com João Carlos Figueiroa e colaboradores, registraram no livro “Botucatu História de Uma Cidade” a informação de que se trata de um “Edifício construído em estilo gótico inglês, utilizando materiais muito em moda na ocasião (uma cobertura de massa chamada mica) (...) (revestimento – igreja preta).

     O estilo gótico encontra-se nos traços pontiagudos acima das janelas e portas cujo contraste com a forma quadrada da torre rompe-se com o percurso visual e joga o olhar do observador novamente para os detalhes arquitetônicos do edifício que mescla traços de colunas gregas e no centro da fachada, bem no alto, encontramos uma bíblia aberta. 


    Abaixo temos outra arquitetura interessante, e esta, denominada pelo livro “Botucatu História de Uma Cidade” como Igreja Presbiteriana Independente, cujo percurso visual contrasta em sua base a porta de entrada quadricular e acima três janelas com traços góticos. Ao final temos a torre no formato quadrado e uma mescla com desenhos góticos com pequenas pirâmides nos cantos do edifício e no ápice da torre, uma espécie de flor de lis, comum ao estilo arquitetônico gótico.




Ainda seguindo o estilo gótico da arquitetura das igrejas, temos a catedral da cidade, cujas torres podem ser observadas dos bairros. O percurso visual de sua fachada também tem início em uma porta central de forma quadricular, contrastando com o desenho gótico apontando para a rosácea central, que segundo o livro Símbolos Místicos  “significa amor ao círculo e as relações geométricas nas arquiteturas góticas, que desde o século XII, na qual a arte, a filosofia e a religião combinadas criaram algumas das arquiteturas mais dramáticas que já se viu”.(MALLON  p.248;2009 ).
       Após a rosácea central, os traços góticos finalizam no símbolo da cruz, tendo ao lado, as torres góticas que se elevam em direção do céu, e mais uma vez, duas cruzes finalizam o olhar do observador. 

 Logo abaixo, mais uma arquitetura que se destaca aos olhos do observador, cuja cruz no alto de sua torre, inicia o percurso visual apontando para o estilo gótico da arquitetura se contrastando com a interrupção do relógio, que corta o traço de forma brusca, mas harmonizada pelo círculo e o arco, ambos, presentes na construção e que apresenta em frente a rosácea a imagem de Nossa Senhora de Lourdes.
     Abaixo da imagem, situado no ápice do estilo gótico da arquitetura e entre simulações de colunas gregas, descem em direção a porta, onde uma gruta central, apresenta a imagem de Nossa Senhora de Lourdes e uma escada ao lado que  eleva o olhar para o céu novamente.


      E seguindo o roteiro dos estilos góticos da cidade, vamos a dois bairros, cujas igrejas, também  proporcionam uma leitura interessante. A primeira, assim como as anteriores se destaca pela torre elevada com o símbolo da cruz, que seguindo percurso visual, temos um traço arquitetônico com um semi-arco e nas extremidades anjos como sentinelas e no centro, o relógio passa a ideia de tempo.
      O tempo apontado pelo relógio nos conduz para as colunas em estilo grego que sustentam a torre, apresentando entre elas duas janelas em arco romano e abaixo, formas quadradas de uma porta cega, cujas extremidades se alargam para abrigar uma imagem sacra a cada lado. Três círculos com vitrais formam com a porta de entrada o símbolo da cruz, que parece convidar o observador a entrar na igreja pela estrutura da cruz, já que ao lado, duas portas cegas não permitem sua passagem.  



E agora, nossa viagem pelas igrejas de Botucatu, talvez aquela com uma torre mais baixa, mas mesmo assim, nos desperta por sua arquitetura com o mínimo de gótico na fachada, apenas na parte final da torre que se eleva com o símbolo da cruz, pois logo abaixo, duas janelas em arcos romanos criam um paralelo com a estrutura central, cujo arco e o círculo também sustentam a outra cruz.

   E ao lado do símbolo central, algumas formas, cujas semelhanças nos levam a pensar em elementos da natureza, que observadas da rua, parecem pequenas árvores de natal e uma terceira figura muito mais pontiaguda aponta para o céu e mais abaixo, a esquerda, o que poderia ser uma segunda torre, com uma enorme janela finalizada em arco e se separa por uma cruz de outra janela semelhante no lado direito e entre elas, abaixo da cruz ou entre dois braços desta, encontramos novamente a porta da igreja. 




 Mais sobre arquitetura histórica de Botucatu 
Bibliografia
Freyre, Gilberto. Ordem e Progresso. Rio de Janeiro: José Olympio, 1959
Mallon, Brenda. Símbolos Místicos. São Paulo: Larousse, 2009.
Figueiroa, João Carlos e outros autores. Botucatu: História de Uma Cidade. Botucatu: Igraul, 2004. 

Mais sobre o autor



quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Informações interessantes para professores que possuem acúmulo de cargo


    Em períodos de Planejamento e de Replanejamento Escolar, os professores(as) que possuem acúmulo de cargo na rede estadual são convocados para 8 horas de trabalho junto a equipe gestora, mas como acumulam cargo com outras escolas estaduais, municipais ou técnicas, questionam sobre o fato do não comparecimento, devido responsabilidades do outro cargo. Dessa maneira, após eu  receber muitas reclamações dos colegas e também possuir acúmulo de cargo, resolvi pedir orientações ao departamento jurídico da UDEMO, que prontamente me ofereceram a seguinte resposta, que compartilho com os colegas de trabalho:
Depto de Legislação – UDEMO CENTRAL


 O acúmulo de cargos é uma situação excepcional, a regra geral é a proibição de acumular. ( art 37 da CF/88 - inc XVI e XVII). Somente se os cargos forem acumuláveis e os horários/jornadas compatíveis,  o ato será publicado como "acumulação legal". Tal publicação deve ser feita sempre que a fonte pagadora for pública, mesmo que o servidor seja celetista.

. O acúmulo é permitido desde que possam ser cumpridas as atribuições dos dois cargos. E não se restringem à sala de aula. Vide o Estatuto do magistério (LC 444/85 ). O professor que não comparecer às convocações fica com falta e é competência do superior imediato abonar, justificar ou injustificar as faltas.O direito de acumular cargos , não lhes dá o direito de usufruir um benefício de um cargo para o outro (art. 84, § único do E.F.P.).
         Assim, de acordo com a legislação, o funcionário/servidor que acumula cargo/função, deverá observar a compatibilidade de horários, devendo arcar com as consequências advindas das ausências e não cumprimentointegral das atividades de cada um dos cargos/funções, não podendo, sob alegação de estar a serviço de um deles, eximir-se de cumprir o exercício do outro, uma vez que acumular cargos é opção do servidor .
            O fundamento legal para consignar as faltas (hora/dia) pelo não comparecimento (total ou parcial) está no artigo 11 doDecreto nº 39.931, de 30/01/95 que diz o seguinte:"O não comparecimento do docente  nos dias de convocação para participar de reuniões pedagógicas, de conselho de classe ou de escola, para atender pais, alunos e à comunidade, acarretará em "falta-aula" ou "falta-dia", conforme o caso, observado o total das horas de duração dos eventos e a tabela em anexo".


17. CONVOCAÇÃO



Independentemente de o acúmulo ser caracterizado legal, há que se observar que, quando convocado, o professor, em determinado cargo ou função, ficará o mesmo dispensado do ponto somente no referido cargo/função em que se der a convocação, não podendo, sob alegação de estar a serviço de um deles, eximir-se de cumprir o exercício do outro, uma vez que acumular cargos é opção do servidor.


                Existe o Manual de acúmulo de cargos, caso alguém necessite da leitura na íntegra, Para acessar, digite no GOOGLE  "acúmulo de cargo e função orientação de 2008" vai surgir o manual em PDF. 


Mais sobre o autor

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

O trabalho de ensinar em uma sociedade do conhecimento


“Você tem que ouvir o rio se quiser apanhar um peixe” (Andy Hargreaves)

     De acordo com Hargreaves, atualmente os professores necessitam entender a sociedade do conhecimento em que os alunos vivem para prepará-los nesta direção. Se os que ensinam não compreendem essa sociedade, logo terão dificuldades para orientá-los.

    Os professores devem conhecer para atuar junto as novas formas de interações dos alunos com o mundo e orientá-los quanto aos perigos da aceitação pública nos interesses de grandes corporações que investem na economia do conhecimento.
    A educação deve desenvolver a promoção de simpatia e também de cuidados dos alunos em relação a outras culturas que trabalham na construção de identidades cosmopolitanas e multiculturais. Este desafio encontra se do lado oposto aos professores na sociedade do conhecimento atual e representa as implicações deste mutante trabalho que é o de ensinar.
    Segundo Heargreaves, a sociedade do conhecimento é realmente a sociedade aprendente, pois a sociedade do conhecimento processa conhecimento e informação num caminho que maximiza aprendizagem, estimulando ingenuidade e invenção ao desenvolver a capacidade para iniciarmos e superarmos com mudança.
    Na economia do conhecimento tempo e prosperidade dependem da capacidade da pessoa em inventar e de ser esperta (no Brasil conhecemos como passar a perna) em outros competidores para sintonizar desejos com demandas do mercado consumidor e para mudança de emprego ou desenvolvimento de novas habilidades na economia flutuante que requer retratações constantes.
     Na economia do conhecimento, estas capacidades não são somente propriedade dos indivíduos, mas também das organizações, entre elas, as instituições de ensino. As organizações da sociedade do conhecimento constroem suas capacidades para compartilhar, criar e aplicar os novos conhecimentos o tempo todo. Eles criam aprendizagens mutuas que conduzem e lideram inovações contínuas, e essas, tendem a serem informais, desorganizadas, imprevistas e afortunadas.

Fonte: Hargreaves. A. Teaching in the Knowledge Society. New York: Teacher College Press and Buckingham: Open University Press. 

domingo, 18 de agosto de 2013

Cultura democrática na escola participativa

 II Seminário Internacional de intercâmbio entre gestores paulistas e americanos em Serra Negra SP nos dias 14, 15 e 16 de agosto. Os slides abaixo foram apresentados pela Principal americana Suzanne Roy, sobre Gestão Participativa, no caso ela enfatizou a liderança na era da informação.


      A cultura da organização democrática na escola


   Conceitos como respeito mútuo, pertencer, significar, assumir riscos, erros como oportunidades para aprender e abertura para novas ideias foram lembrados no discurso. 

 A liderança não é uma pessoa, mas um processo no qual todos devem contribuir.



 O diretor como um aprendiz. 


    O centro de todas as decisões também se torna o lugar onde estudantes e adultos aprendem;
    Reconhecer muito mais a necessidade de uma intensiva aprendizagem aos profissionais com uma contínua cultura deliberativa;
   A mudança é eixo que guia o professor e o aprendizado. Ela se torna administradora da aprendizagem; 


 Cultura organizacional

   Numa escola onde existe uma cultura profissional positiva com normas, valores, e esforços progressivos, provavelmente também irá reforçar uma forte missão educacional. 


Impactos da cultura organizacional

A cultura é o elemento chave e determinante do provável progresso. 


Colaboração numa cultura democrática


Processo direcionado com uma meta;
Participantes dispostos a trabalhar fora  de suas funções definidas;
Participantes que não tenham problemas em fazer faxina ou limpeza para permanecerem focados com outros; 


 Responsabilidade mútua para relacionamentos.

Como cada experiência pessoal se comunica com a outra?
Como cada pessoa relata a organização?
Como cada pessoa se sente sobre seu envolvimento e contribuição? 



Tomada de decisão numa cultura democrática
Como muito investidores experientes necessitam serem envolvidos, então eles podem se confidenciarem em implementação sustentada da decisão?
Como não consumir muito tempo numa decisão?
Qual é a importância desta questão?

Liderança democrática inspira cooperação, conexão e independência.  

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Planejamento Participativo segundo o pensamento habermasiano

Elza Maria  Fonseca  Falkembach  in  Ilma P. Alencastro Veiga (org.) Projeto Político Pedagógico da Escola 

1      -  Manter o fazer  educativo  respaldado por uma atitude  reflexiva permanente;
2     - Põe nas mãos da educação  a possibilidade de viver utopias no curto prazo;
3  -  Criar e recriar instrumentos que viabilizem a convergência  entre o refletir e o agir conscientes;
4     - Fazer do espaço educativo um lugar privilegiado de aprendizagem;
5     - Lugar que possibilite aos sujeitos da educação  uma nova relação com o conhecimento;
6     - Relação em que a busca de aprender se transforma numa atitude prático-reflexiva que leva , portanto a construir  conhecimento;
7     - Ser capaz de facilitar a convergência entre o refletir e o agir , no espaço escolar;
8   -   Implementar intervenções coletivas sobre o social refletidas e conscientes;
9  -    Imprimir conseqüências sobre outros ambientes e âmbitos do social, além das mudanças que venha a implementar sobre seu objeto singular de atuação;
10 -   Fazer intervenções democraticamente planejadas , com sustentação teórica para serem suficientemente incisivas e com clareza política que permita o avançar e o retroceder quando necessário;
11 -   Reflexões que permitam os participantes  a dar saltos reflexivos de superação no processo do conhecimento e no âmbito da realidade em que vivem;;
12   Provocar reflexões em torno dos elementos e das relações que compõem o núcleo revelador da totalidade do social;
13   Contribuir para que os integrantes do processo participativo superem relações moralistas e ideologizadas com a problemática de sua comunidade;
14  Avançar no sentido da maturação dos indivíduos  e de seus processos organizativos bem como no sentido de recuperar e construir identidades;
15  Ser capaz de facilitar a convergência entre o refletir e o agir de indivíduos  e grupos sobre um objeto, somos levados a identificar seus integrantes  como sujeitos em construção;
16   Ter a pretensão de que planejamento participativo seja uma ação formadora de sujeitos imbuídos do propósito de democratização;
17   Deve mobilizar sujeitos vinculados a processos de socialização  em desenvolvimento  no micro avanço da comunidade escolar; no bairro, na escola; na família, especialmente;
18    A ação prático-reflexiva deve engendrar e desenvolver  grande capacidade de sensibilização de suas consciências e potencializar a coesão dos grupos;
19   Deve provocar a comunicação , como diálogo de diversos , entre integrantes do processo;
20   O Planejamento Participativo deve se guiar pelo foco da reflexão, levantando informações sobre a rede de processos, relações e representações que constituem esse objeto;
21   Deve levar as últimas conseqüências a oportunidade de vivência da democracia, ou seja, produzir conhecimento coletivamente e criar opções para decisões coletivas;
22   O diálogo de diversos deve ser pautado pela utopia de “engordar” os homens de humanidade, sem removê-los do seu “aqui e agora”, singular;
23    O homem novo que deve emergir dessa prática reflexiva é aquele que aprende  com sua relação com o social e acumula coragem, com seus pares para enfrentar  o sentido das águas  da enxurrada de seu tempo;
24   O reconhecimento dos problemas e recursos deve se fazer com base  em representações que os diversos sujeitos e seus diagnósticos   aglutinados constroem  sobre os mesmos;
25    As representações dos diversos, acreditamos ser o caminho precioso para chegarmos à expressão dos valores e traços fundamentais da cultura, da comunidade, elementos  indispensáveis  para dar a base e legitimidade ao plano  resultante do processo de planejamento participativo;
26    Os elementos dos processos sociais dominantes ; processos, estes,  que ligam  o cotidiano  às suas raízes  históricas e, ao mesmo  tempo, apontam para o futuro;
27   Fazer do planejamento participativo um instrumento estratégico, de transformação do social;
28   Os educadores, os educandos , pais e mães formam  a síntese do poder para criar  do ser solidário os agentes da democracia e da possibilidade da liberdade. .