Eu sou Professor! Nas condições que lutamos, talvez tenhamos
que pensar muito sobre as razões do porque continuamos nessa profissão, pois
vários alunos e pais parecem concordar que em algumas turmas, estamos mais próximos
de “babás de luxo” do que alguém que está ali para ensinar conteúdos científicos.
Para refletirmos sobre
nossa profissão vejamos como Slavoj Zizek, descreve em seu livro* a seguinte mensagem
do filme Spartacus de Stanley Kubrick:
“O pirata pergunta francamente a Espártaco se ele sabe que a revolta dos escravos está condenada, e que mais cedo ou mais tarde os rebeldes serão esmagados pelo exército romano; também pergunta o que ele faria se admitisse que a derrota dos escravos é inevitável: ele continuaria a lutar até o fim?”
“O pirata pergunta francamente a Espártaco se ele sabe que a revolta dos escravos está condenada, e que mais cedo ou mais tarde os rebeldes serão esmagados pelo exército romano; também pergunta o que ele faria se admitisse que a derrota dos escravos é inevitável: ele continuaria a lutar até o fim?”
Nesse sentido, sabemos que trabalhar em salas
com mais de 35 alunos exigem dos mestres habilidades e competências que somadas
as jornadas duplas ou triplas parece que a vitória também está condenada e que
mais cedo ou mais tarde, o professor estará de licença médica; também podemos perguntar
ao docente o que ele faria se admitisse que no ritmo citado acima a perca de
sua saúde é inevitável: ele continuaria a lutar até o fim?
Na descrição do filme por Zizek, “a
resposta de Espártaco é afirmativa: a luta não é apenas uma tentativa
pragmática de melhorar a condição dos escravos, é uma rebelião baseada em
princípios, em nome da liberdade; assim, mesmo que sejam vencidos e mortos, a
luta não será em vão, porque estarão afirmando seu compromisso incondicional com
a liberdade – a tentativa,, a própria ação, já é um sucesso, uma vez que
ilustra a ideia imortal de liberdade”.
No caso dos professores, é possível que tenham
também muitas respostas afirmativas: a luta não é apenas uma tentativa de formalidades
para melhorar a condição dos docentes, é uma resistência baseada em princípios,
em nome daquilo em que acreditamos; assim, mesmo que sejam estressados,
trêmulos, fadigados e sem voz, a luta não será em vão, porque estarão afirmando
seus compromissos com a honestidade e o exemplo do trabalho com ideais elevados
– cuja tentativa de suas ações em sala de aula, já é um acontecimento, uma vez
que esclarece e aponta os caminhos da liberdade.
http://www.youtube.com/watch?v=eZnX7EXOkcY Clicar para ver a cena do filme Spartacus
* Slavoj Zizek – Vivendo no
fim dos tempos pg. 16
Joaquim Luiz
Nogueira
Autor dos livros:
Saiba como obter sucesso em contextos
sociais diferentes
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Saiba como as
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