Joaquim Luiz Nogueira
Ao tentarmos interpretar os corpos textuais de nossos alunos, mergulhamos no oceano primordial humano. Nesse universo nos deparamos com estados de ondulações oscilantes, ou seja, partículas em movimentos que fluem numa multiplicidade de desejos.
E como nos são familiares certas cenas que presenciamos em classe, temos a sensação de que já vimos, pois afirmamos com base em variantes de tais comportamentos já vividos. É como se voltássemos no tempo. Desse modo, as nossas ações também são semelhantes aquelas do passado e nos colocamos a frente dos alunos, citando exemplos de como poderia terminar cada atitude que fora condenada em outras épocas.
Mas, os alunos sempre nos surpreendem a todo instante, representam um desacordo a sua realidade familiar e. ao mesmo tempo, vão além de suas aparências diretas. Eles estão nas ondulações que pregam que tudo é possível e de forma simultânea, também expressam nos comportamentos os diferentes desejos que cruzam suas mentes.
No entanto, temos o encontro daqueles que buscam formar cidadãos conscientes de seus deveres e de outro lado, gerações mergulhadas nas multiplicidades oscilantes de opções. Teoricamente, desse choque de interesses despontam abordagens como aquelas que pregam o “dançar conforme a música”, e assim, podemos seguir todos juntos para o “jardim das delícias” imaginado pelos alunos.
E sabemos que outra saída possível seria um ambiente de ensino, que diferente daquele que encontramos hoje, possa incluir diferentes pontos de vista, fundamentados na realidade e que possam substituir as versões padronizadas.